O Irã, aumentando sua guerra de nervos como o Ocidente, pediu a substituição do chefe das inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), disseram diplomatas hoje em Viena. A decisão de Teerã - após proibir na segunda-feira a entrada de 38 inspetores de quatro grandes nações ocidentais - parece ter como objetivo testar o Ocidente em meio à disputa sobre suas atividades nucleares.
Um diplomata iraniano, citado pela agência oficial Irna, acusou o chefe de inspeções da AIEA de passar informações confidenciais sobre as instalações nucleares do Irã a países que são contra Teerã. O diplomata, que não quis ter seu nome revelado, acrescentou que os inspetores dos países que apoiaram a imposição de sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o Irã, em dezembro, serão proibidos de trabalhar no Irã. O país foi penalizado por se recusar a suspender seu programa de enriquecimento de urânio que, segundo o Ocidente, poderia ser usado na fabricação de armas nucleares.
O diretor da AIEA, Mohammed ElBaradei, disse hoje que o Irã deve começar no próximo mês a instalar 3 mil centrífugas, abrindo o caminho para o enriquecimento em larga escala. O objetivo do Irã é instalar 54 mil centrífugas, o que daria ao país a capacidade de produzir anualmente dezenas de ogivas nucleares. Teerã insiste que seu programa busca suprir a crescente necessidade de energia.