Rebeldes islâmicos somalis mataram cinco soldados do governo durante a breve ofensiva na qual tomaram uma cidade estratégica na região central da Somália ontem, disseram hoje policiais e moradores. Um oficial de polícia relatou, sob condição de anonimato, que diversos veículos militares foram incendiados durante a captura de Belet Weyne, capital da província central de Hiraan, 320 quilômetros ao norte de Mogadiscio.
Belet Weyne situa-se às margens de uma importante estrada que leva à fronteira com a Etiópia, aliada do atual governo da Somália. Centenas de soldados encontram-se na região, que é a principal rota de suprimentos dos soldados etíopes em solo somali. Mais cedo, no mesmo dia, moradores de Hudur, uma cidade estratégica do sudoeste da Somália, já haviam anunciado que rebeldes islâmicos assumiram o controle sem que precisassem disparar nenhum tiro. Hudur também faz parte de uma importante rota entre a Somália e a Etiópia.
O Conselho das Cortes Islâmicas controlou Mogadiscio e a maior parte do sul da Somália durante os seis últimos meses de 2006. O grupo recuou no fim de dezembro do ano passado, quando a Etiópia enviou apoio militar ao frágil governo somali, inclusive soldados e caças de combate.
A Somália não tem governo central desde 1991, quando senhores da guerra derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre e depois voltaram-se uns contra os outros. Um governo provisório apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) foi formado em 2004, mas encontra extrema dificuldade para impor autoridade.