O juiz espanhol Baltasar Garzón rechaçou hoje uma petição para proibir um encontro entre os socialistas bascos e o proscrito partido Batasuna, considerado braço político do grupo separatista ETA. Garzón determinou que o encontro, marcado para amanhã, deveria ocorrer por ter sido convocado pelo Partido Socialista de Euskadi (PSE), não pelo Batasuna, proscrito em 2003.
O encontro faz parte de um processo que começou em março, com o anúncio de uma trégua do ETA. Se ocorrer, será o primeiro oficialmente realizado entre os representantes do partido governante com os de um partido que fala em nome de um grupo armado classificado de terrorista pela União Européia e os Estados Unidos.
O encontro entre o líder do Batasuna Arnaldo Otegi e o secretário geral do PSE, Patxi López está previsto para ocorrer em um hotel de Bilbao. Representantes de governos anteriores se reuniram com pessoas do Batasuna ou do ETA, mas esses encontros foram sempre secretos e revelados somente meses depois.
O Partido Popular, de oposição, se opõe ao encontro. Sustenta que o primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero - que na semana passada anunciou que seu governo negociaria com os separatistas bascos - cedeu aos terroristas ao permitir os contatos com Batasuna antes que o ETA tenha deposto suas armas.