Autoridades da Líbia treinaram a força rebelde de Charles Taylor na década de 1980, antes de o grupo tomar violentamente o poder na Libéria. O fato foi confirmado hoje no testemunho de Moses Blah, que o sucedeu na presidência liberiana, durante o julgamento de Taylor. Blah ficou no poder por um curto período em 2003, quando Taylor fugiu para o exílio. Ele é o 27º alto funcionário do país a testemunhar desde o começo do julgamento, no início deste ano.
Blah, de 61 anos, era vice-presidente durante o governo Taylor. Espera-se que ele também descreva como Taylor supostamente controlava rebeldes na vizinha Serra Leoa. Os promotores pretendem estabelecer uma ligação entre o regime da Libéria e o conflito no outro país. Blah integrava o grupo rebelde comandado por Taylor. Ele disse ter sido enviado para a Líbia por meses, para receber treinamento militar em Trípoli.
As forças de Taylor entraram na Libéria no fim de 1989, iniciando uma sangrenta guerra civil com forças leais a Samuel Dor, que havia tomado o poder em um golpe de Estado em 1980. Taylor se declarou inocente de todas as acusações contra ele, entre elas assassinatos, estupros, torturas, saqueio a cidades e uso de crianças como soldados durante a guerra civil de dez anos em Serra Leoa, encerrada em 2002. Os procuradores afirmam que ele organizava as atrocidades da capital liberiana, Monróvia.