Tel Aviv será alvo de mísseis iranianos se os Estados Unidos e Israel atacarem o Irã, afirmou nesta terça-feira Ahmad Khatami, autoridade religiosa conservadora de Teerã.
"Os mísseis de 70 km do Hezbollah transformaram Israel em um país de fantasmas (...) Se eles (Estados Unidos e Israel) quiserem agredir o Irã, devem temer o dia em que nossos mísseis de 2.000 km (Shahab-3) atingirão o coração de Tel Aviv", declarou Khatami.
O Irã possui mísseis Shahab-3 de 2.000 quilômetros de alcance, capazes de atingir o território israelense.
"O presidente americano George W. Bush e (o primeiro-ministro israelense Ehud) Olmert devem saber que brincar com o Islã é brincar com a cauda do leão" acrescentou o religioso.
O hodjatoleslam (autoridade do islã) Ahmad Khatami é membro da Assembléia de Especialistas, que supervisiona a atividade do guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Este último o designou como um dos raros religiosos habilitado para pronunciar o sermão da oração de sexta-feira na capital iraniana.
Irã e Síria são os principais aliados do Hezbollah libanês.
Israel e Estados Unidos acusam o Irã de fornecer ajuda financeira e militar ao Hezbollah, sendo assim parcialmente responsável pelo conflito da milícia com o Estado hebreu, mas Teerã afirma que dá apenas apoio moral ao partido xiita.
Na segunda-feira, Olmert denunciou o papel do Irã e da Síria ao afirmar que Israel "não aceitará o mínimo atentado contra sua soberania".
"Não existe mais organização terrorista autorizada a operar a partir do Líbano como o longo braço do eixo do mal que se estende de Teerã a Damasco, explorando a fragilidade do Líbano e servindo-se de seu povo e de sua infra-estrutura na guerra", declarou Olmert.
O líder da oposição israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que, desde Hitler, não existia um tirano no poder como (o presidente iraniano Mahmud) Ahmadinejad.
"Enfrentamos um grande perigo, um perigo que ameaça nossa existência", disse. Netanyahu também afirmou que espera que os Estados Unidos impeçam o Irã de produzir a bomba atômica.
No dia 10 de agosto, o vice-premier israelense Shimon Peres pediu uma ação da comunidade internacional para impedir que o Irã imponha seu "império religioso" no Oriente Médio.