Mais de 120 pessoas resolveram acompanhar a greve de fome iniciada há sete dias na Bolívia por constituintes da opositora União Nacional (UN) como forma de pedir ao Governo de Evo Morales que respeite a legalidade vigente na hora de aprovar a nova Constituição.
Aos sete constituintes que impulsionaram a medida na cidade de Sucre, uniram-se em sete cidades tanto deputados e militantes do partido como membros de organizações civis e de universidades, assegurou hoje à Efe o líder da UN, Samuel Doria Medina.
Doria Medina explicou de Sucre, sede da Assembléia Constituinte, que a greve "já não é somente uma iniciativa da União Nacional, mas um movimento civil".
Ele acrescentou que os bolivianos estão se dando conta de que, se não defenderem agora a democracia, poderão ser subjugados, "como aconteceu no Peru com (o ex-presidente) Alberto Fujimori".
A oposição boliviana em massa se opõe a que o partido de Morales, o Movimento Ao Socialismo (MAS), aprove por maioria absoluta os artigos de uma nova Carta Magna, indo contra os dois terços exigidos pela Constituição atual e uma lei sancionada pelo próprio governante em março.
A UN expressa seu desacordo há quase uma semana com uma greve de fome que já ganhou vários seguidores em localidades como La Paz (sede do Governo), Santa Cruz, Cochabamba, Tarija, Cobija, Potosí e Oruro.
No entanto, um deputado de La Paz, Arturo Murillo, declarou à Efe que os grevistas estão tendo problemas para se instalar, já que as igrejas não querem alojá-los "por medo de represálias".
Especificamente hoje, militantes da UN ocuparam os escritórios da Assembléia Permanente de Direitos Humanos da Bolívia (APDHB) em La Paz, com objetivo de instalar "um piquete de jejum voluntário", informou num comunicado o presidente desta organização, Guillermo Vilela.