Manifestantes contrários ao regime da Síria convocaram protestos permanentes em várias cidades do país a partir de hoje. O governo, por sua vez, lançou uma onda de prisões, no mais recente passo para reprimir a oposição.
Na internet, o site Syrian Revolution 2011 convoca os sírios para se reunirem em locais públicos a partir desta noite, para protestos que devem continuar noite e dia. Já o Ministério do Interior estabeleceu um prazo de 15 dias para as pessoas que tenham cometido "atos ilegais" se entregarem, enquanto as forças de segurança perseguem ativistas e dissidentes em todo o país. O governo também pede que o restante da população colabore para entregar "sabotadores, terroristas e esconderijos de armas".
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha pediu hoje que a Síria acabe imediatamente com as restrições ao acesso a vítimas da violência na cidade de Deraa, epicentro dos protestos, no sul do país. O apelo foi feito por Marianne Gasser, chefe da delegação da entidade em Damasco. Em comunicado, ela notou que é crucial a presença de médicos e outros funcionários do setor de saúde para salvar vidas.
A entidade pediu que os dois lados mostrem respeito à vida e à dignidade humana. Centenas de pessoas morreram na repressão aos protestos na Síria nas últimas semanas, segundo grupos de defesa dos direitos humanos.
SançõesO ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, pediu hoje que a União Europeia imponha sanções contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, pela repressão aos manifestantes. A UE lançou na sexta-feira os preparativos para um embargo à venda de armas e outros equipamentos que podem ser usados para a repressão interna na Síria. A chefe da política externa do bloco, Catherine Ashton, disse que o grupo também consideraria medidas específicas para haver uma mudança imediata de política da liderança síria. As informações são da Dow Jones.