Membros de um grupo anti-racismo da ONU criticaram hoje Israel pela matança de civis no Líbano, acusando o Estado judeu de violar leis humanitárias internacionais e de transformar árabes em alvos de ataques por motivos raciais.
Israel rejeitou as alegações, levantadas por especialistas independentes que fazem parte do Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação Racial, que se reuniu hoje em Genebra. Para o Estado judeu, o grupo falhou em não criticar o comportamento do grupo militante xiita Hezbollah.
O único membro americano do comitê, Ralph Boyd Jr., disse que o comitê precisa também analisar o papel das outras partes envolvidas no conflito - uma clara referência a Hezbollah, Síria e Irã. "O que está acontecendo (no Líbano) está muito distante do que uma pessoa razoável considera tolerável", disse o embaixador brasileiro José Lindgren-Alvez, um dos especialistas que participaram do painel.
"Não haveria pelo menos um traço de estimulação racista na resposta desproporcional ao seqüestro de um ou dois soldados que supostamente teria sido a origem das ações de Israel?" questionou o diplomata brasileiro.
Seus companheiros no comitê Agha Shahi, ex-chanceler do Paquistão, e Patricia Nozipho January-Bardill concordaram. Sendo que esta última acrescentou: "Teria Israel decidido pelo bombardeio de infra-estrutura civil caso tivesse em conflito com um país não-árabe?"