O líder da oposição bielo-russa, Alexandre Milinkevich, foi condenado nesta quinta-feira a 15 dias de prisão por ter organizado uma manifestação não autorizada em Minsk - um veredicto denunciado por Washington e Bruxelas, que pediu sua libertação imediata.
"É um processo político típico de um regime ditatorial", declarou Milinkevich ao ouvir a sentença.
O candidato à eleição presidencial de 19 de março foi condenado por um tribunal de Minsk por "participação em uma manifestação não autorizada".
Os Estados Unidos e a Comissão Européia denunciaram imediatamente o veredicto.
"Washington condena energicamente esse ato e espera sinceramente que o governo bielo-russo acate a vontade da comunidade internacional", declarou a secretário de Estado americana, Condoleezza Rice, à imprensa em Sofia, onde está participando de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan.
"Estou estarrecida pelas informações sobre a detenção de Alexandre Milinkevich", declarou a comissária européia das Relações Exteriores, Benita Ferrero Waldner.
Ela também mencionou o caso de três outros dirigentes da oposição bielo-russa, Vintsuk Viatshorka (chefe da Frente Popular da Bielo-Rússia), Serguei Kaliakin (chefe do Partido Comunista) e o sindicalista Alexandre Bukhvostov, que foram condenados a penas semelhantes.
"Peço a libertação imediata de todas as pessoas detidas por suas opiniões", acrescentou Ferrero Waldner.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank Walter Steinmeier, se declarou "indignado" com a sentença e conclamou as autoridades de Minsk a "libertarem imediatamente os líderes da oposição".
O segundo candidato da oposição à eleição presidencial, Alexandre Kozulin, está preso desde o fim do mês passado por ter liderado uma manifestação. Acusado de "vandalismo", esse ex-reitor da universidade de Minsk aliado de Milinkevich pode ser condenado a vários anos de prisão.
Bruxelas ameaçou Minsk com sanções.