O presidente da Bolívia, Evo Morales, assinou a lei que transfere o controle sobre as operações das empresas estrangeiras de petróleo e gás no país ao governo, completando o processo iniciado com a nacionalização das reservas, em 1º de maio. Os acordos assinados pelas empresas de petróleo e gás no mês passado também dão ao Estado uma participação majoritária na receita obtida pelas companhias.
Esses acordos foram assinados por Petrobras, Repsol YPF e
British Gas.
Também neste domingo, Morales anunciou que a anglo-holandesa Shell concordou em transferir ao governo a participação majoritária em sua subsidiária Transredes, que opera a maior rede de gasodutos da Bolívia.
"Agradecemos ao povo boliviano, que lutou para recuperar seus recursos naturais. Agora, concluímos o primeiro passo. Esse processo vai continuar no ano que vem, com a recuperação de outros recursos naturais, para que beneficiem o povo boliviano", disse Morales, que já havia anunciado o plano de nacionalizar também o setor de mineração.
A conclusão da nacionalização do setor de petróleo e gás fez crescer a popularidade de Morales. De acordo com pesquisa de opinião divulgada nesta semana pelo jornal La Razón, a taxa de aprovação ao governo Morales saltou 17 pontos porcentuais em novembro, para 67%, de 50% em outubro; a pesquisa, feita entre os dias 13 e 20, ouviu 1.019 moradores das quatro maiores cidades bolivianas; a margem de erro é de 3 pontos porcentuais.