Pelo menos 50 imigrantes clandestinos africanos morreram em um barco que ficou 18 dias à deriva no Oceano Atlântico, enquanto tentavam chegar às Ilhas Canárias vindos do Senegal, informou hoje a polícia espanhola. O barco foi encontrado na costa da Mauritânia por um navio da guarda costeira do país africano. Foi um dos desastres com maior número de mortos, nas várias travessias de imigrantes clandestinos que partem da África para tentar entrar na Europa através de território espanhol.
O barco deixou o Senegal com 150 pessoas a bordo. Após o combustível e os suprimentos de comida acabarem, as pessoas começaram a morrer e seus corpos eram jogados ao mar pelos sobreviventes, segundo as autoridades da Mauritânia. Quando o barco foi encontrado hoje, cem pessoas a bordo estavam vivas e dois corpos estavam no convés da nave.
Centenas de imigrantes clandestinos partidos da África morrem a cada ano, enquanto tentam chegar a território espanhol, nas Ilhas Canárias, através do Atlântico. Os imigrantes usam freqüentemente simples barcos de pesca, de madeira, para enfrentar o mar aberto. As Ilhas Canárias ficam em mar aberto na altura do Marrocos, a 108 quilômetros da costa marroquina.
A viagem da costa do Senegal ou de outros países do Golfo da Guiné até as Canárias dura, em média, mais de uma semana. Em julho, pelo menos 50 imigrantes morreram quando seu barco naufragou perto das Canárias. Em dezembro do ano passado, outros 80 morreram quando o barco no qual viajavam naufragou perto da costa do Senegal.
VigilânciaO governo espanhol afirma, no entanto, que a crescente vigilância da Marinha e da Força Aérea tem reduzido o número de embarques de imigrantes clandestinos da África. Enquanto no ano passado 24 mil pessoas foram detidas enquanto tentavam alcançar as Ilhas Canárias. Até o final de agosto deste ano, foram detidas 8 mil pessoas na mesma rota, segundo dados do Ministério do Interior.