Uma mulher-bomba matou 16 pessoas nesta sexta-feira em um ataque contra uma milícia que combate a Al-Qaeda no Iraque, três dias depois da rede terrorista ter ameaçado estes grupos aliados das tropas americanas.
O atentado também deixou 27 feridos e foi executado durante a manhã, em pleno centro de Moqdadiya, 100 quilômetros ao nordeste de Bagdá.
Moqdadiya é uma cidade importante da província de Diyala, o reduto do braço iraquiano da Al-Qaeda.
Diyala é uma das províncias mais perigosas do Iraque e há várias semanas registra uma ofensiva das tropas americanas contra os membros da rede de Osama Bin Laden refugiados na região.
"Uma mulher com um cinturão explosivo entrou na sede da milícia local sunita Despertar de Moqdadiya", declarou à AFP o tenente-coronel Najm al-Sumaidai, da polícia da cidade.
Ela detonou a carga explosiva no edifício e matou pelo menos 16 pessoas, além de ter ferido outras 27, segundo o oficial. O médico Hussein Abdallah, do hospital de Moqdadiya, confirmou o balanço.
Segundo uma fonte dos serviços de segurança de Bagdá, dez membros da milícia estão entre os mortos e outros 15 entre os feridos.
O atentado foi executado três dias depois do braço iraquiano da Al-Qaeda ter ameaçado com uma nova onda de atentados os "traidores e apóstatas", termos usados para designar as forças governamentais iraquianas e as milícias sunitas que colaboram com os americanos.
A Al-Qaeda anunciou a criação de uma nova unidade de combate, as "Brigadas Al-Siddiq", para realizar esta campanha, cujo final foi anunciado para 29 de janeiro.
Como parte de um amplo programa do Exército americano para mobilizar as tribos e comunidades sunitas contra a Al-Qaeda, quase 70.000 ex-rebeldes recebem apoio financeiro e logístico dos americanos para enfrentar os militantes da rede terrorista.
Este programa foi colocado em prática com sucesso na província sunita de Al-Anbar (oeste), onde os antigos rebeldes, reagrupados na milícia "Despertar de Al-Anbar", causaram sérios prejuízos à Al-Qaeda, o que representou uma redução significativa da violência.
O mesmo programa foi adotado em outras províncias do país, entre elas Diyala, e em bairros de Bagdá sob o nome de "Conselhos do Despertar".
Vários dirigentes destas milícias foram assassinados em ataques da Al-Qaeda, sobretudo nas províncias de Salahedin e Diyala.
Esta última é cenário quase diário de atentados da Al-Qaeda contra a polícia e o Exército iraquianos, assim como contra os sunitas que não apóiam os islamitas e os xiitas.
Na quarta-feira, cinco civis faleceram na explosão de um carro-bomba estacionado em um dos principais cruzamentos de Baaquba, a capital provincial.
Ao visitar o Iraque nos últimos dias, o secretário americano da Defesa, Robert Gates, observou que os militantes da Al-Qaeda se deslocaram para o norte do país, depois que foram expulsos de Bagdá e de outras zonas ao sul e ao oeste da capital iraquiana.