A oposição queniana disse que vai reduzir os protestos de rua, por causa da violência que deixou pelo menos 20 mortos em apenas três dias, e que vai convocar greves e boicotes econômicos como forma de reverter o resultado oficial da eleição presidencial de 27 de dezembro. O presidente Mwai Kibaki foi reeleito, em processo marcado por denúncias de fraude.
"Não vamos confrontar a polícia e suas balas, nós vamos tirar as pessoas das ruas. Temos outros meios para pressionar o governo", disse Raila Odinga, candidato oposicionista derrotado na eleição. O porta-voz de seu partido, Salim Lone, afirmou que as forças contrárias a Kibaki vão convocar "um boicote às companhias controladas por gente da linha-dura ligada ao sr. Kibaki" e trabalhar com os sindicatos "para organizar greves em indústrias selecionadas".
Em reunião com cidadãos norte-americanos residentes em Nairobi, o embaixador dos EUA no Quênia, Michael Ranneberger, disse que na eleição houve "muita fraude dos dois lados" e que, sem essas fraudes, Odinga teria vencido a eleição com uma diferença de 120 mil votos.
Também neste sábado, o comissário de Ajuda Humanitária e Desenvolvimento da União Européia, Louis Michel, reuniu-se com o vice-presidente queniano, Kalonzo Musyoka, e apelou ao governo que entre em acordo com a oposição. O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan deverá chegar a Nairobi nesta terça-feira, para juntar-se aos esforços de mediação por uma solução negociadas.