Políticos chineses de uma região muçulmana do oeste do país disseram hoje que as 18 pessoas mortas em um suposto campo de treinamento de extremista possuíam ligações com a rede extremista Al-Qaeda e com a milícia fundamentalista islâmica Taleban. "Eles possuíam relações próximas com a Al-Qaeda", disse Shi Dagang, um parlamentar da região de Xinjiang, em uma entrevista coletiva concedida durante a Assembléia Anual do Povo (ANP). "Os terroristas são treinados pelo Taleban no Afeganistão e depois são enviados à China."
De acordo com Dagang, os 18 mortos pertenciam ao Movimento Islâmico de Turquestão Oriental (Mito). Ao mesmo tempo, 17 supostos integrantes do grupo foram detidos numa operação contra o campo de treinamento, perto da fronteira chinesa com o Quirguistão.
Líderes chineses haviam afirmado antes que grupos islâmicos estariam provocando violência em Xinjiang. No entanto, críticos acusam o governo de usar a violência como pretexto para conter um sentimento de independência dos muçulmanos de etnia uigur, que têm idioma e cultura diferentes do restante da China. Em resposta às acusações dos delegados, um ativista uigur acusou Pequim de aplicar uma política de "dois pesos e duas medidas" e de rotular como "terrorismo" qualquer episódio de violência ocorrido em Xinjiang.
"Os verdadeiros cidadãos de Uighur apenas desejam seus direitos políticos", disse Dilxat Raxit, porta-voz do Congresso Mundial Uigur, um grupo estabelecido na Alemanha. Mais de 20 integrantes da etnia foram capturados pelo Exército americano no Afeganistão depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos. A China exige a deportação dos suspeitos, mas os EUA manifestam temores de que eles sejam perseguidos caso a deportação se consume.