O Partido Popular (PP) da Espanha anunciou o rompimento de "qualquer relação" com o governo de José Luis Rodríguez Zapatero por sua proposta de dialogar com o grupo ETA. O líder do PP, Mariano Rajoy, anunciou a medida hoje na Assembléia Nacional.
Após acusar Zapatero de ter cedido ao grupo separatista basco, Rajoy anunciou que o "Partido Popular, que não pode se manter à margem e ver coisas desta natureza, rompe todas as suas relações com o governo do senhor Rodríguez Zapatero".
O governo socialista causou surpresa na Espanha ao anunciar que o Partido Socialista de Euzkadi, sua filial no País Basco, se reunirá com o proscrito partido Batasuna, o braço político do ETA.
Rajoy disse que Zapatero realizou um "grave ataque contra a ordem judicial, a legalidade democrática, o Estado de direito e a segurança de todos os espanhóis".
Zapatero, que não figurava na lista de oradores parlamentares de hoje, pediu permissão para intervir e respondeu classificando o anúncio de Rajoy de um "jogo hipócrita", já que o PP dialogou com o ETA em 1998 quando ocupava o governo. Zapatero insistiu que apoiará o compromisso de seu partido, apoiado, segundo ele, pela maioria dos espanhóis, de trabalhar com o objetivo de pôr um fim ao conflito basco.
O ETA, responsável pela morte de quase mil pessoas desde 1968 em sua luta pela independência do País basco, anunciou uma trégua "permanente" em 22 de março. Em seguida, o PP afirmou que apoiaria o governo, mas apenas depois de receber garantias de que não seria pago um preço político em troca do fim da violência.