A Promotoria Especial mexicana para Movimentos Sociais e Políticos do Passado (FEMOSPP) anunciou neste domingo que apelará da decisão de suspender a prisão domiciliar do ex-presidente Luis Echeverría (1970-1976), decretada há uma semana.
Este organismo considerou "contraditória e ilegal" a determinação do juiz Ranulfo Castillo, que no sábado decretou a libertação de Echeverría por considerar que os crimes a ele atribuídos prescreveram.
O ex-presidente era acusado por sua responsabilidade na morte de estudantes no dia 2 de outubro de 1968 na praça das Três Culturas da Cidade do México, na qual morreram 30 pessoas, segundo dados oficiais, e várias centenas, segundo familiares e companheiros das vítimas.
Echeverría era secretário de Governo (Interior) quando o Exército e supostas forças paramilitares abriram fogo contra os estudantes.
Para a Promotoria Especial, com a decisão do juiz Castillo de deixar livre Echeverría, "o passado sanguinário e corrupto voltou".
No entanto, destacou como uma vitória da FEMOSPP, criada pelo presidente Fox para investigar a guerra suja no México, o fato de que "um presidente da república, acusado de genocídio, ficou preso" durante uma semana.
Por outro lado, companheiros e familiares das vítimas, reunidos no Comitê de 68, anunciaram que levarão o caso a organismos internacionais.
"Vamos recorrer imediatamente a todas as instituições internacionais", declarou à emissora da rádio Formato 21 Raúl Álvarez Garín, dirigente da organização.
Álavarez Garín detalhou três caminhos para levar o caso à justiça internacional: "Estamos na Comissão Interamericana; o da Corte Penal (Internacional) é outro procedimento e o da jurisdição universal é outro: podemos apresentar acusações em vários países".