O presidente russo, Vladimir Putin, quebrou hoje o silêncio sobre a morte da jornalista Anna Politkovskaya e prometeu que as autoridades farão tudo a seu alcance para encontrar os assassinos da repórter, uma dura crítica do Kremlin. Em uma conversa por telefone com o presidente americano, George W. Bush, Putin disse que "serão feitos todos os esforços para realizar uma investigação objetiva sobre a trágica morte", informou o Kremlin.
Pulitkovskaya, uma premiada jornalista de 48 anos que denunciou abusos contra civis na Chechênia, a corrupção e a violação dos direitos humanos na Rússia, foi morta a tiros no sábado diante do edifício em que morava no centro de Moscou, em um aparente assassinato por encomenda. Ela será enterrada amanhã.
A polícia divulgou um vídeo com imagens do suspeito, no qual ele aparece deixando o prédio com roupas escuras e um boné. O jornal em que Politkovskya trabalhava, o Novaya Gazeta, ofereceu uma recompensa de US$ 1 milhão para quem ajudar a resolver o crime que provocou uma condenação mundial. Os colegas da jornalista disseram que ela estava trabalhando em uma reportagem sobre a tortura e os seqüestros na Chechênia.
O ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev, disse em uma entrevista publicada hoje pelo jornal italiano La Reppublica, que o assassinato de Politkovskaya foi "um ato político, uma vingança". "Está claro que quiseram fazê-la se calar", disse Gorbachev, acionista do Novaya Gazeta. Ele acrescentou que ela era "uma jornalista incômoda e tinha muitos inimigos".