A saúde de Fidel Castro parece estar nas mãos de médicos cubanos, um dos orgulhos da revolução que reivindica ter alcançado na área de saúde indicadores similares aos países mais ricos, embora a prolongada doença do líder cubano o tenha obrigado a recorrer a um médico estrangeiro.
A composição da equipe que atende Fidel permanece como "segredo de estado", assim como o lugar onde está internado e todos os demais aspectos relacionados à assistência que está recebendo desde 27 de julho, quando foi submetido a uma cirurgia intestinal.
Castro sempre foi um defensor ardoroso das conquistas da medicina da ilha, que se transformou em uma fonte de divisas e cujo modelo começou a compartilhar com outros países da América Latina, Ásia e África, por meio do envio de cerca de 25.000 médicos em missões humanitárias a 68 países.
Desde 1999, por intermédio da Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), Cuba concedeu bolsas para que cerca de 10.000 estudantes da região tivessem seu título profissional na ilha.
Na Elam, cerca de 10.000 estudantes de 25 países são capacitados por dois anos antes de serem enviados para as 31 faculdades da ilha para concluir sua aprendizagem prática, que inclui uma inserção no modelo de saúde que é aplicado e tem como eixo os médicos de família.
Segundo números da Organização Pan-Americana de Saúde, Cuba tem um médico a cada 170 habitantes, uma cifra que supera de longe a média da América Latina e até a dos Estados Unidos, que é de um a cada 188 habitantes.
Cuba conta ainda com 13 centros de pesquisa médica que lhe permitiram desenvolver vacinas, remédios e produtos de biotecnologia que começou a exportar.
A Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) destaca que a receita em divisas por serviços especializados cresceu 53% em 2006, enquanto que as vendas de medicamentos genéricos e produtos biotecnológicos (basicamente vacinas) ocuparam o segundo lugar nas exportações, atrás do níquel.
As vendas de produtos de biotecnologia como as vacinas contra a meningite B e a hepatite B e C significam para Cuba uma receita estimada em 130 milhões de dólares. Também foram desenvolvidos tratamentos contra o câncer e as cardiopatias.
A vice-chanceler em Assuntos de Cooperação Internacional, Yilian Jímenez, que é médica, destacou na segunda-feira que a capacitação de profissionais da saúde e o envio das equipes para outros países fazem parte da vontade da Havana "de compartilhar com outros povos as conquistas da revolução".