Serra Leoa iniciou hoje suas primeiras eleições gerais desde que as tropas de paz da ONU deixaram o país, há 20 meses. O pleito testará a capacidade deste país do oeste africano, rico em diamantes, de transferir o poder pacificamente depois de anos de conflitos. Serra Leoa tem cerca de 2,6 milhões de eleitores registrados, para uma população de 5 milhões.
O vice-presidente Solomon Berewa, de 69 anos, lidera as pesquisas para a presidência, numa disputa que envolve seis outros candidatos. Também estão na corrida presidencial Ernest Bai Koroma, um empresário de 54 anos que lidera o Congresso do Povo (APC), principal partido de oposição do país, e Charles Francis Margai, um advogado e ex-ministro de 62 anos, líder do Movimento Popular para a Mudança Democrática (PMDC). O PMDC, criado há 15 meses, é uma dissidência do grupo governante, o Partido Popular de Serra Leoa (SLPP).
Além disso, outros 572 candidatos disputam 122 assentos no Parlamento do país. O presidente Ahmed Tejan Kabbah, 75, no poder desde 1996, está impedido pela Constituição de concorrer a um novo mandato.
Uma das nações mais pobres do mundo, Serra Leoa tem lutado nos últimos anos para se reerguer depois de uma década de guerra e golpes, encerrada em 2002. Segundo recente relatório do Grupo Internacional de Crise (ICG), com sede em Bruxelas, "a maioria dos problemas que existiam no país antes da guerra permanece" - tais como pobreza, governo ineficiente, corrupção, desemprego generalizado e juventude desiludida.
Serra Leoa conquistou a independência da Grã-Bretanha em 1961, mas sofreu seu primeiro golpe militar apenas seis anos depois. O golpe mais recente ocorreu em 1997, quando uma junta assumiu o poder por um breve período antes de ser afastada por uma força tarefa do oeste da África.