O suposto "cérebro" dos atentados fracassados de 21 de julho de 2005 contra a rede de transporte de Londres foi acusado hoje de colaborar com os terroristas responsáveis pelos ataques cometidos duas semanas antes, em 7 de julho, que deixaram 56 mortos, incluídos os quatro suicidas.
Muktar Said Ibrahim, de 29 anos, até agora alega que o ataque de 21 de julho não pretendia matar nem ferir ninguém. Ele foi acusado pelo advogado de Manfo Kwaku Asiedu, que na última hora se arrependeu e não participou dos ataques.
No julgamento no tribunal de Woolwich, em Londres, o advogado de Asiedu, Stephen Kamlish, alegou que Ibrahim, que é de origem eritréia mas vive no Reino Unido desde 1990, passou dois meses no Paquistão antes dos atentados de 7 de julho.
Segundo o advogado, Ibrahim estava no Paquistão ao mesmo tempo que dois dos terroristas suicidas de 7 de julho: Mohammed Sidique Khan, de 30 anos, suposto "líder" do ataque, e Shehzad Tanweer, de 22.
"Houve alguma discussão entre o senhor e eles (Khan e Tanweer) sobre como fazer bombas e começar uma campanha de atentados no Reino Unido, o primeiro em 7 de julho e o segundo no dia 21?", perguntou o advogado. Ibrahim respondeu com um "não".
O advogado ressaltou depois, citando o depoimento de um especialista, que as bombas usadas nos dois ataques tinham os mesmos componentes.
"Foram as duas únicas ocasiões em que as autoridades britânicas acharam artefatos explosivos de fabricação caseira feitos com peróxido de hidrogênio e substâncias orgânicas", apontou.
Mas o acusado também refutou o argumento. Ele respondeu que aprendeu a fabricar bombas através de vídeos encontrados na internet.
Ibrahim e Asiedu estão entre os seis acusados pelos atentados fracassados de 21 de julho de 2005. Os outros são Yassin Omar, de 26 anos; Hussain Osman, de 28; Ramzi Mohammed, de 25, e Adel Yahya, de 24.
O grupo é acusado de conspiração para assassinar e causar explosões suscetíveis de pôr vidas em perigo. Todos negam as acusações.
Nos ataques a três trens do metrô e um ônibus urbano de Londres, não houve vítimas, porque os detonadores das bombas falharam.