O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, disse hoje que concorda com as estimativas dos serviços secretos americanos segundo as quais o Irã levaria de três a oito anos para produzir armas nucleares e pediu que os Estados Unidos e outros integrantes do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) abandonem a retórica. O Irã só poderá ser mantido longe das armas nucleares "por meio de um amplo diálogo", defendeu ElBaradei.
ElBaradei advertiu ainda que o Irã está desenvolvendo capacidade e tecnologia nuclear em um momento no qual a AIEA "não está em posição de verificar a natureza nem o escopo do programa". ElBaradei não revelou sua opinião pessoal sobre quando o Irã poderia desenvolver armas nucleares caso seu programa nuclear realmente tenha fins bélicos e repetiu comentários anteriores. "Tendo a concordar com as estimativas (da CIA) segundo as quais o Irã, se quisesse buscar armas nucleares, não conseguiria desenvolvê-las antes do fim desta década ou em algum momento do meio da próxima", declarou ele.
ElBaradei pediu ainda que a comunidade internacional busque o diálogo com Teerã. "Uma forma de fazer isso, ao invés de continuar com a retórica, é sentar e conversar", sugeriu. Ele pediu aos Estados Unidos que se "inspirem" nas negociações internacionais que recentemente desfizeram a crise em torno das atividades nucleares da Coréia do Norte, apesar de Pyongyang ainda não ter cumprido a promessa de desmantelar seu programa nuclear bélico.