A crise diplomática entre Peru e Venezuela teve mais um capítulo nervoso nesta segunda-feira, quando um ministro venezuelano chamou o presidente peruano, Alejandro Toledo, de "office boy do presidente dos EUA, George W. Bush".
Os comentários do ministro da Informação da Venezuela, Willian Lara, ocorreram um dia depois de Toledo exortar o presidente Hugo Chávez a "aprender a governar democraticamente". Toledo também disse que a América Latina não deveria cair num "populismo fácil baseado na diplomacia dos petrodólares", em mais uma alfinetada a Chávez.
"Toledo não é nada além de um office boy de Bush", disse Lara, sugerindo que as críticas do peruano a Chávez "indicam que ele já está procurando emprego para quando deixar a Presidência da República".
As tensões entre os dois países cresceram na semana passada depois de Chávez afirmar que romperia relações com o Peru caso o candidato de centro esquerda peruano Alan García ganhasse o segundo turno das eleições presidenciais, que disputará contra o nacionalista Ollanta Humala. Chávez chamou García de "ladrão" e "trapaceiro", depois de o peruano ter rotulado de "sem vergonha" o mandatário venezuelano.
Chávez havia declarado apoio a Humala e criticado Toledo por ter assinado um tratado de livre comércio com os EUA. No sábado, o Peru retirou seu embaixador da Venezuela, protestando contra o que classificou de "persistente e flagrante interferência de Chávez nas eleições presidenciais".