Viajei num voo direto SSA/Frankurt, pela empresa Condor, o que facilitou a chegada sem enfrentar os transtornos das conexões, muito embora tenha passado por uma grande dificuldade no meu retorno, por uma falha da referida empresa, que deixou de me incluir no voo de volta. Imaginem o vexame: sem falar alemão e faltando cerca de duas horas para a decolagem, num aeroporto que é uma cidade! A sorte foi estar acompanhada da minha amiga Ana Vau Gunter, que comprou a briga e conseguiu resolver a situação. Foi de suar frio.
O povo alemão é tão civilizado que dispensa mão-de-obra em grande parte dos serviços. Entrei num supermercado e quando fui utilizar um carrinho para as compras tive que depositar uma moeda de 1 euro. Achei um absurdo, só que depois de você utilizá-lo e devolvê-lo ao mesmo local você automaticamente tem a sua moeda de volta. Que beleza, os carrinhos se mantêm sempre arrumados, o mesmo acontecendo nas estações de trem e aeroportos. Em alguns que passei fiquei impressionada quando tinha que comprar um souvenir e não achava ninguém para me atender. Perguntava para meu amigo cicerone Günter como fazer, ele sorria e dizia: ‘Vá até lá e pegue o quiser, veja o valor, pague e, se for o caso, pegue o seu troco’. Que evolução, hein?! É, de fato, outro mundo.
BERCHTESGADEN - Hoje, em Berchtesgaden, de um antigo complexo construído aos poucos a partir de 1933, restam apenas a antiga casa de hóspedes (onde agora funciona o museu que conta a histórica do lugar, as agruras do Holocausto e alguns episódios da Segunda Guerra), um hotel que já existia antes dos nazistas se instalarem na região, a rede de túneis que forma o bunker (esconderijo subterrâneo) e o Ninho da Águia, transformado em restaurante com vista panorâmica das montanhas e vales, que é a coisa mais linda e aconchegante.
Do fim da guerra até l996, quando os americanos devolveram o lugar aos alemães, o acesso era restrito. Desde 1952, nem mesmo ruínas existem mais, apenas o bunker, aberto no mesmo ano à visitação pública. Somente em 1999 é que o Instituto de História Contemporânea de Munique e Berlim reuniu o valioso acervo com todo material da época e organizou uma exposição permanente sobre a história de Obersalzberg e a ditadura nacional-socialista, abrindo o museu no dia 20 de outubro. Nada melhor para compreender os fatos do que estar exatamente onde eles aconteceram, mesmo muitos anos depois.
Após desfrutar das deslumbrantes montanhas, com um clima aprazível e visão pitoresca, fui visitar o Lago Konigssee. Nele, podemos fazer um passeio de barco apreciando as belíssimas paisagens de toda a região. Portanto, se você sonha em conhecer algumas das mais encantadoras cidades do planeta, não deve deixar de visitar o sul da Alemanha.
Nuremberg tem arquitetura medieval e moderna
Outra experiência inesquecível é pisar em Nuremberg, a segunda maior cidade da Bavária, rica em história e culturalmente. A arquitetura medieval remonta a séculos em que a cidade se desenvolveu graças aos artistas famosos e intelectuais que viveram por lá.
Nuremberg teve uma importância marcante durante o desenvolvimento do Nazismo e foi palco do famoso Processo de Nuremberg formado por um Tribunal Internacional Militar de Justiça. Entre o final de 1945 e 1946, os crimes contra a humanidade praticados durante os 12 anos do governo de Hitler foram expostos e sentenciados. A maioria dos responsáveis foi condenada à forca. Entre eles estavam Goring, ministro da Aeronáutica de Hitler e formulador de boa parte das estratégias da política nazista. Esta foi a primeira vez que criminosos de guerra foram julgados e condenados por seu atos.
É bem diferente o estilo dessa cidade. Na parte central ela é toda cercada por muros altos e superbem conservados. A sua arquitetura é belíssima, com construções típicas ao lado de outras mais arrojadas e modernas. Na praça do mercado existe uma fonte dos desejos quase toda em dourado, onde os turistas que passam giram um anel no alto de uma cerca que protege a fonte e fazem os seus pedidos.
Uma parada obrigatória é a Igreja de São Sebaldus, parcialmente destruída durante os bombardeios no final da Segunda Guerra, mas que está completamente reformada. No Kaiserburg, um dos principais cartões-postais, o turista tem de vencer uma penosa subida para chegar. Mas vale a pena ir e conhecer as casas com madeirame à vista (fachwerhhaus) similares às que vemos no Sul do Brasil. Lá existe também o Kaiserstallung (estábulo do imperador), onde atualmente funciona o Albergue da Juventude.
Passamos pela rua Weissgerberg, uma das poucas poupadas dos bombardeios e almoçamos num dos famosos restaurantes da cidade, o Bratwursthausl. O Centro de Documentação é considerado o museu mais completo de toda a história do país, situado num prédio gigantesco e ainda hoje símbolo da megalomania nazista.
Rothenburg, para andar a pé ou de bicicleta
Parece um sonho. Conhecer uma cidade medieval, com pouco mais de dez mil habitantes e toda cercada de muralhas, situada bem no cruzamento da “rota romântica”, no sul da Alemanha. Rothenburg é um lugarejo extremamente bem cuidado. Como a cidade é muito pequena, todo o passeio é feito a pé ou de bicicleta, o que me ajudou demais a reduzir uns quilinhos que ganhei facilmente com as degustações das marcas de cervejas fabricadas nas diversas cidades. E, diga-se de passagem, cada uma melhor que a outra.
Rothenburg era uma das maiores cidades do império. Em 1945, a cidade foi atacada pelas forças aliadas, a parte leste foi totalmente destruída e 40% dos antigos prédios incendiados. Depois, tudo foi reconstruído com financiamento mundial e hoje ela é protegida por leis de preservação. Acompanhada por meu amigo Günter (um verdadeiro gentleman) e a família dele, cheguei bem cedinho na cidade, onde tivemos que colocar o veículo em um dos estacionamentos que existem em torno da cidade, com a cobrança de cinquenta centavos de euro por cada hora, e seguimos a pé.
Começamos o passeio pelas fortificações na parte sul, que são as mais importantes da muralha. O local é muito interessante, e ainda podem ser encontrados canhões utilizados para proteger a cidade. Andar pelas muralhas medievais que cercam todo o centro velho é outro destaque; não se cobra nada e a vista é deslumbrante. Pudemos andar por todas as ruelas e subir na torre da linda prefeitura.
Como sou muito consumista, fiquei tentada com as vitrines cheias de brinquedos e artigos típicos da região, especialmente as canecas de beber cerveja. Em cada esquina você encontra um café e vários tipos de padarias, onde se consomem as delícias típicas da região, como é o caso do saboroso scneeballen, doce feito de um emaranhado de massa frita, com formato de bola e coberto por açúcar, canela ou chocolate. Não resista a essa tentação.
O melhor de tudo, porém, são as casas especializadas em produtos natalinos. É de enlouquecer qualquer pessoa. Coisa de cinema! Imagine centenas de árvores de Natal confeccionadas com diversos tipos de materiais, os enfeites típicos da época, cada um mais fantástico do que outro... Mas como já estava com excesso de bagagem – tive que pagar 120 euros !!! – não podia comprar mais nada. Aconselho quem for visitar esta cidade estar preparado, deixando um pouco de espaço na mala para essas comprinhas.
Em Rothenburg ainda é interessante conhecer a St. Jakobs Kirche e a Franziskaner-kirche, entre outras igrejas. Além dos museus da cidade, entre eles o museu criminal medieval e o Burggarten, jardim do castelo.
Berlim, cultura e vida noturna
Passei apenas três dias em Berlim, o que é muito pouco para conhecê-la, levando-se em conta que é a maior e mais vibrante metrópole do país, com uma enorme quantidade de história. A cidade possui belas e amplas avenidas, excelente comércio e animada vida noturna. Mas de qualquer forma valeu muito. É o lugar propício para quem é amante da cultura, já que podemos observar uma população muito civilizada e que preserva toda a sua história.
No período em que visitei Berlim estava acontecendo uma feira internacional de moda, na qual estavam presentes os maiores designers internacionais. Sendo a capital da Alemanha, é onde acontecem os eventos de maior magnitude, sendo que o magazine KA-DE-WE é uma das maiores atrações em moda e gastronomia. Vale a pena conferir porque é a maior loja de departamentos do país. E também é muito chique passear pela Kurfurstendamm, no coração da ex-Berlim Ocidental, principal rua de comércio da cidade com todas as grifes consagradas. Nessa área está localizada a Igreja Gedachtniskirche, que permanece semidestruída como a guerra a deixou, tornando-se símbolo do acontecimento.
Devido ao grande número de pontos turísticos, achei melhor fazer um tour de ônibus – altamente confortável, com fone de tradução (exceto em Português) – e percorrer os pontos marcantes da cidade. À noite, a grande pedida é assistir a um espetáculo nos tradicionais cabarés da cidade, que inspiram os shows da Broadway. Achei encantador o Tiergarten, onde ficam concentradas todas as embaixadas do mundo, inclusive a do Brasil. A paisagem é cinematográfica.
O Portão de Brandenburgo é outro famoso cartão-postal e marco divisório da cidade durante os anos da Guerra Fria. Diante do que restou do Muro de Berlim, no West Side Gallery, todo visitante faz questão de registrar uma foto. Na bela avenida Unter den Linden andei todos os dias correndo atrás das promoções da época.
Na verdade, em Berlim, foram registrados os maiores acontecimentos da história do país, como o movimento da queda do muro. Por isso são inevitáveis as visitas ao Reichstang (imponente Parlamento alemão, agora completamente reconstruído), além da Ópera de Berlim. Durante minha passagem estava acontecendo a discutida exposição Korperwelt (O Mundo do Corpo), que mostra o corpo humano por dentro e por fora nos mínimos detalhes.
Dresden, a Veneza alemã
Não vejo incluída nos roteiros turísticos a cidade de Dresden, que é a capital do estado da Saxônia, na Alemanha, mais conhecida como a "Florença do Elba", pelos tesouros arquitetônicos e grande atividade cultural.
A cidade é muito linda, podemos considerá-la como a Veneza alemã, cheia de história, de castelos e de magia. É uma das rotas mais interessantes do país. É imperdível a visita panorâmica conhecendo a praça do Teatro, a Ópera House, a antiga Praça do Mercado e seus belos castelos e catedrais.
Com cerca de 500 mil habitantes, Dresden, situada nas margens do rio Elba, é uma cidade independente e tem uma longa história como capital e residência dos reis da Saxônia. Ela é detentora de séculos de extraordinária cultura e esplendor artístico. A quantidade de monumentos históricos é inigualável, bem como a quantidade de castelos, cada um com a sua magnitude. Consegui visitar os castelos Pillnitz, de Moritzburg, Frauenkirche e Zuringer, além da Semper Oper (Ópera).
O centro da cidade foi quase totalmente destruída no final da Segunda Grande Guerra. Em maio de 1945 a guerra foi dada oficialmente como acabada. Porém as forças inglesa e americana bombardearam no dia 13 e 14 de fevereiro do mesmo ano, todo o centro da cidade, destruindo- a quase que totalmente.
Foram jogados sobre a cidade um grande número de “ brandbombem”( são as bombas que provocam incêndios). O sentimento dos moradores é de profunda tristeza e comentam que não tinha nenhum sentido tal ação, já que a guerra estava perdida e Dresden não tinha indústrias importantes para sofrer tal atentado. Anos depois, ao serem retirados os escombros dos porões dos prédios- onde pessoas procuraram abrigo durante os bombardeios, foram achados ínumeros corpos carbonizados. Estima-se que nesta noite de 13 para 14 de fevereiro de l945 morreram cerca de 33 mil pessoas.
Salzburg, entre a Áustria e a Alemanha
Em Salzburg, na Áustria, tive a oportunidade de conhecer o centro da cidade, a Getreidegasse (a rua mais famosa da cidade); as igrejas Franziskanerkirche e a DOM, que é a Catedral. Emocionei-me bastante em conhecer a casa onde nasceu o compositor Amadeus Mozart e pela sua trajetória de vida. Hoje ele é marca de chocolates e licores que são deliciosos, comercializados em todas as lojinhas de souvenirs próximas ao museu.
É imperdível um passeio pela Getreidegasse. A rua é só para pedestres, um encanto. Ela é também uma das mais movimentadas que já vi; você anda bastante, pois o número de lojas é muito grande e são consideradas as mais caras da cidade. As fachadas dos prédios e os ornamentados suportes onde eram colocadas as placas com o nome das lojas foram preservados e, no momento, todos os comerciantes obedecem ao mesmo estilo.
Nesta época do verão acontece o Salzburger Festspiele, um festival de ópera frequentado por todos os visitantes. A bela Salzburgo fica numa região privilegiada da Áustria, rodeada por vários lagos e charmosos vales. Uma cidade com cerca de 150 mil habitantes, supertranquila e que oferece inúmeras atrações turísticas, como os fortes medievais, abadias, museus, palácios e igrejas. Mas ela é muito visitada por ser a terra natal de Mozart. Sem esquecer que é um dos points dos esquiadores durante o inverno.