A União Européia informou hoje que convidou a Sérvia a retomar as conversações para o país balcânico fazer um pré-acordo de adesão ao bloco, após Belgrado ter demonstrado "um claro compromisso" em cooperar com o tribunal de crimes de guerras da ex-Iugoslávia, montado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O anúncio da UE para recomeçar as conversações no dia 13 de junho é visto como uma vitória política para o atual presidente da Sérvia, o reformista Boris Tadic, que tem o apoio europeu e dos Estados Unidos.
"Eu vejo como bem-vindo o progresso que a Sérvia tem feito, desde o estabelecimento do novo governo e sua cooperação com o Tribunal Internacional Criminal para a ex-Iugoslávia," disse em comunicado o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso. O anúncio ocorre um dia após a procuradora da ONU para crimes de guerra, Carla Del Ponte, elogiar a Sérvia pela recente detenção do general Zdravko Tolimir, que estava foragido.
Durante uma visita recente a Belgrado, ela insistiu na captura de um dos mais procurados suspeitos de crimes contra civis na Guerra dos Bálcãs da década de 1990: o general Ratko Mladic, acusado de crimes de guerra por seu papel determinante no massacre de mais de 7 mil muçulmanos bósnios eslavos, na localidade de Srebrenitza, em 1995 - a maior atrocidade cometida na Europa desde o final da II Guerra Mundial (1939-1945). Tolimir operava sob ordens de Mladic.
No ano passado, a Europa suspendeu as conversações para o provisório acordo de adesão da Sérvia ao bloco, chamado acordo de estabilização e associação, citando a obstrução de Belgrado à cooperação com o tribunal contra crimes de guerra em Haia. O acordo de estabilização e associação, chamado SAA na sigla em inglês, é um pacto prévio que os países aspirantes a pertencerem à União Européia precisam firmar com Bruxelas, para abrir e incrementar a cooperação político-econômica. Só um período após a firma desse acordo é que começam, de fato, as conversações para um acordo efetivo de adesão ao bloco.