Pessoas que visitam partes da África e da Ásia estão voltando a seus países com um novo vírus transmitido por mosquitos, e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA disse na quinta-feira que a doença pode se instalar em novas áreas.
Em 2006, algumas pessoas voltaram para a Europa, os Estados Unidos, o Canadá e os territórios franceses da Martinica e da Guiana com a febre de Chikungunya (CHIKV), e houve grandes surtos da doença em ilhas do oceano Índico e na Índia, segundo o relatório norte-americano.
O vírus surgiu na Tanzânia em 1953. Embora não mate, provoca febre, dor de cabeça, fadiga, náusea, vômitos, urticária e dores musculares e nas articulações. Não há medicamentos nem vacinas específicas.
"Há risco de que a CHIKV seja introduzida em áreas anteriormente não-endêmicas por alguns viajantes com a virose, levando à transmissão local do vírus", disse o relatório.
Áreas tropicais ou subtropicais dos EUA, como a costa do golfo do México, o Havaí e as ilhas Virgens, estariam particularmente sob risco no país.
O relatório recomenda que casos suspeitos sejam imediatamente notificados, e que as autoridades sanitárias precisam ficar atentas à potencial transmissão por mosquitos.
O CDC disse ter detectado 12 casos desde o começo de 2005 entre viajantes que voltavam aos EUA de lugares onde o vírus estava presente.
Em maio de 2005, por exemplo, um homem de Minnesota voltou de uma viagem de três meses à Somália e ao Quênia e, horas depois de desembarcar, teve uma forte cefaléia, mal-estar e dores, especialmente nos ombros e cotovelos. Depois de diagnosticado, ele se recuperou em algumas semanas.
Em outro caso, um médico de Maryland diagnosticou a CHIKV em uma mulher que havia passado vários meses na ilha Reunião (Índico) na época em que havia um surto.
Entre maio de 2004 e maio de 2006, houve cerca de 300 mil casos suspeitos relatados nas ilhas do Índico, especialmente Reunião, que pertence à França, mas também em Mombaça (Quênia), Madagascar, Maurício e ilhas Comores.
A maioria dos 340 casos da CHIKV relatados na Europa entre janeiro e maio deste ano foram na França, em parte porque Reunião é um destino popular para turistas franceses.
Também foram detectados cerca de 180 mil casos suspeitos nos Estados indianos de Andhra Pradesh, Karnataka e Maharashtra desde o começo do ano, segundo o relatório.