O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, irá servir por mais quatro anos com todo o apoio necessário, após uma vitória esmagadora realizada no Parlamento no último final de semana. Ele terá todo os respaldos que precisa para remodelar o país.
Com a conclusão dos votos ontem, dois terços do Parlamento seguiu o partido de Orbán, o que irá permitir ao governo realizar mudanças constitucionais. O partido recebeu 49% dos votos na lista nacional e ficou com a maioria dos mandatos constituintes, um desempenho ainda melhor do que o esperado pelo partido.
Para o grupo dos liberais do país, que não conseguiram superar as divisões internas e lutar de forma conjunta contra o partido de Orbán, a derrota esmagadora significa que terão anos difíceis pela frente.
“Este é o pior cenário possível”, afirmou Zsuzsanna Szelényi, um ex-parlamentar independente. “Essa maioria conquistada em conjunto com as mudanças ocorridas farão com que o partido Fidesz se sinta mais legítimo, e Orbán poderá usar seu novo poder para fazer negociações com Bruxelas”.
Acusações
Ao longo dos últimos oito anos, Orbán tem sido acusado de infringir normas democráticas, indicando apoiadores para dirigir instituições que antes eram independentes, e tomando controle direto da maior parte do mercado de mídia do país. Com o partido Fidesz extremamente forte no poder, isso deve continuar.
Após um discurso realizado em março, Orbán prometeu tomar medidas “morais, políticas e legais” contra seus inimigos. De acordo com Szelényi, “Orbán não gosta de ilhas de autonomia ao seu redor, então nesse novo mandato poderemos ver movimentos para deter os pontos que ainda existem, incluindo o judiciário”.
Um dos primeiros pontos da agenda de Orbán pode ser a série de leis para “parar Soros”. O plano seria combater medidas do empresário húngaro-americano George Soros, que pretende desvalorizar a Hungria.
De acordo com o projeto, toda a verba estrangeira destinada à imigração e serviços migratórios seriam taxados em 25%, e também daria poder ao Ministro do Interior de fechar organizações que ele achar que representam perigo para a segurança nacional.
“Muitas dessas organizações que se camuflam como grupos de direitos humanos que estão tentando ajudar as pessoas a sair da miséria estão, de fato, ajudando a realizar imigração ilegal”, afirmou Zoltán Kovács, porta-voz de Orbán.