Discurso de Bolsonaro no G-20 deixou delegações estrangeiras 'em choque' | Foto: Reprodução | Facebook
A decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e usar a cúpula do G-20 para reclamar de protestos contra o racismo no Brasil gerou constrangimento, choque e indignação entre algumas delegações estrangeiras e agências da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ao discursar na abertura da reunião virtual, o presidente fez uma alusão à morte de João Alberto Silveira Freitas. Mas não como muitos esperavam, segundo coluna de Jamil Chade no UOL.
"O Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações. Somos um povo miscigenado", afirmou Bolsonaro. "Foi a essência desse povo que conquistou a simpatia do mundo. Contudo, há quem queira destruí-la, e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre raças, sempre mascarados de 'luta por igualdade' ou 'justiça social'. Tudo em busca de poder", continuou.
Com o discurso, uma parte das delegações não entendeu imediatamente do que se tratava. Contudo, os que acompanhavam a situação no Brasil considerou o discurso de Bolsonaro um ato "sem sintonia" com o discurso de direitos humanos das entidades internacionais.
Uma negociadora de alto escalão de um país europeu que acompanha a reunião confessou à coluna de Jamil Chade que ela e outros ficaram "em choque" ao ouvir a "tese de conspiração" sobre o racismo no Brasil.
"Como é que, em pleno século 21, ainda escutamos tais discursos", questionou a diplomata que preferiu não ser identificada.
Confira discurso