Após “liberação” do prefeito João Henrique (PP), o PTN oficializou nesta quarta-feira, 20, o seu apoio à candidatura de ACM Neto (DEM) a prefeitura de Salvador. O partido vinha negociando o apoio com o DEM e o PT, duas legendas adversárias nessa eleição.
A definição por Neto ocorreu, segundo o presidente do PTN, João Carlos Bacelar, secretário municipal de Educação, devido a alguns “gargalos” que seu partido tem com o PT no Estado. “Somos adversários do PT em Camaçari, Feira de Santana, Irecê e Itabuna.Como eu poderia subir no palanque de Nelson Pelegrino em Salvador?”, indagou, acrescentando que existem mais “semelhanças e intersecções” de projetos entre o PTN e o DEM.
Disse também que a única exigência do partido foi a de que ACM Neto desse prioridade à educação. Questionado sobre possibilidade de Neto criticar o prefeito no palanque eleitoral, Bacelar disse que uma situação dessas o obrigaria a descer do palanque. “Mas eu acho que ele não fará isso. Nunca fez, porque faria agora?”.
O desfecho das negociações fará com que o PT reavalie suas tratativas com o PP, conforme disse uma fonte ligada ao candidato petista Nelson Pelegrino. É que o PT esperava o apoio do PP e do prefeito João Henrique, com a “porteira fechada”, ou seja, com as siglas que ele controla. Como não conseguiu a adesão do PTN, o PP se enfraqueceu nas negociações e pode não ficar com a vice da chapa de Pelegrino.
O PT espera fechar uma aliança com dez partidos grandes e pequenos e, como o quadro ainda está confuso, para não atrapalhar as negociações, decidiu empurrar a definição do vice para o fim do mês, quando todos as siglas devem realizar suas convenções municipais. Entre os candidatos a ficar com a vice estão o PSD, o PSL, o PDT, o PR e até o PCdoB, segundo garantem fontes petistas.