A última pesquisa do Ibope/TV Bahia foi mais uma vez o assunto predominante no quarto dia de entrevistas com os postulantes à prefeitura de Salvador realizada pelo jornal Bahia Meio-Dia, da Rede Bahia que, nesta quinta-feira, 20, contou com a participação de Mário Kertész (PMDB). O radialista negou que desconfie dos resultados das aferições junto ao eleitorado, que indicam uma queda da sua candidatura de 8% para 6% e um terceiro lugar na preferência dos soteropolitanos, e afirmou que "não briga e não vai brigar com pesquisas".
Kertész argumentou, com base em outros casos, que nem sempre as pesquisas indicam o que de fato acontece nas eleições, usando basicamente a mesma justificativa de Márcio Marinho (PRB), entrevistado do programa desta quarta. Citou, como exemplos, a vitória de Jaques Wagner em 2006, quando os institutos indicavam Paulo Souto em primeiro lugar, e o favoritismo de Neto no início da campanha de 2008, que nem passou ao segundo turno, disputado, na ocasião, por João Henrique e Walter Pinheiro.
Em sua participação, Kertész também criticou a polarização da campanha com a troca de acusações constantes, no horário eleitoral, em propaganda política e em comícios, entre os dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas: ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT). Aproveitou o embate entre os adversários para mostrar que, mais do que sua pontuação no Ibope, está preocupado mesmo é com a "briga do PT e do Democratas".
Citou, então, a disputa entre Neto e Pelegrino para provar quem era o "patrono" do atual prefeito João Henrique; a afirmação do PT de que ACM Neto e o seu partido eram contra as cotas nas universidades brasileiras e a tentativa do democrata de convencer o eleitor do contrário; a "surra" que Neto prometeu dar em 2005 no então presidente Lula; e o julgamento do mensalão que envolve diretamente o partido de Pelegrino.
Afirmando se pautar por propostas e não por troca de acusações, Kertész alfinetou Neto, dizendo que, para ele, o democrata é o "patrono" do mal avaliado prefeito, e que ele sempre fez "oposição ferrenha" a JH. Outro momento no qual criticou o candidato mais bem colocado nas pesquisas, mas de forma indireta, foi quando destacou que a ajuda do Governo Federal é imprescindível para realizar s intervenções necessárias para melhorar a situação da cidade. O argumento é contrário ao de Neto, que, em grande parte de suas aparições, seja na TV ou em entrevista a jornais, destaca que "Salvador tem condições de andar com as próprias pernas".
"Sobra 15% (da receita) para fazer a manutenção de uma cidade extensa, com 3 milhões de habitantes. Qualquer projeto tem que ter apoio do Governo Federal", destacou, ao relembrar da destinação da receita da cidade, como prevê a Constituição Federal, para áreas prioritárias como saúde (15%) e educação (25%). E fez questão de falar que baseia a afirmação em sua experiência como prefeito da cidade.
Durante a sua participação, o radialista também falou sobre as suas propostas na área de mobilidade urbana (trânsito e transporte coletivo), uma das principais queixas dos moradores da capital baiana. Para o peemedebista, "falta autoridade da prefeitura" para resolver o problema nesse setor. "Tem que ser reorganizado, a cidade está mal servida", disse, criticando as obras realizadas na cidade sem planejamento. "Vamos pôr uma linha aqui, vamos botar outra ali. É uma bagunça enorme na cidade".
Mário também falou sobre os seus trabalhos na área de limpeza pública (lembrou que foi ele quem criou a Limpurb), prometendo multa para quem descumprir as obrigações relacionadas a essa área; do combate ao uso de drogas, com criação de rede de apoio e intensificação do trabalho da guarda municipal para dirimir o problema.