A cidade de Camamu, no interior da Bahia, teve a maioria dos votos anulados nas eleições municipais do último domingo, 7, e poderá passar por um novo pleito esse ano para definir o seu novo prefeito. Apenas 37,51% do total de votos foram considerados válidos.
Três dos candidatos ao posto de chefe do executivo, Idalina Miranda (DEM), Ioná (PT) e Américo (PSD), tiveram registro negado pela justiça e os votos dados a eles - 60,22% do total - foram anulados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os candidatos entraram com recurso para tentar reverter a decisão, mas o TSE ainda vai decidir se validará ou não os votos.
"Caso o TSE mantenha o indeferimento dos três candidatos há a possibilidade de realização de novas eleições, já que mais de 50% dos votos foram computados como não válidos", informou o professor Jaime Barreiros, analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Segundo Barreiros, como os candidatos tiveram os registros indeferidos, mas ainda não haviam sido julgados pelo TSE no prazo de 45 dias antes das eleições, por conta do volume de processos, a Justiça Eleitoral pode entender que os eleitores que votaram neles não tiveram a intenção de anular o voto. Nesse caso, deve haver a realização de um novo pleito.
"Mas, caso a Justiça Eleitoral entenda que os eleitores decidiram correr o risco de anular o voto ao tentar eleger os candidatos que tiveram o registro negado, não deve haver novas eleições, mesmo com mais de 50% dos votos nulos", explica o professor.
Caso o indeferimento dos candidatos for mantido sem haver necessidade de novo pleito, a Justiça Eleitoral vai dizer quem ocupará o cargo de prefeito da cidade para os próximos quatro anos. Os únicos candidatos que tiveram os votos computados foram Emiliana de Zequinha da Mata (PP), que obteve 5.993, e Chico Vasconcelos (PMDB), com 911.
Pojuca - Na cidade de Pojuca, na Região Metropolitana de Salvador, único do estado da Bahia a fazer a votação com o sistema biométrico, também poderá haver novo pleito para escolha do chefe do executivo municipal. O candidato a prefeito Dr. Toinho (PDT) teve seus votos anulados por ter a candidatura indeferida, a pedido da Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE-BA).
Toinho é acusado, com base na Lei da Ficha Limpa, de abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio. Dos 22.059 votos apurados, apenas 5.288 (23,97%) foram considerados válidos pelo TSE. Os votos nulos somaram 16.085, o que corresponde a 72,92% devido à impugnação da candidatura do pedetista.
Pojuca foi a primeira cidade na Bahia a ter 100% dos votos para prefeitos apurados. A candidata Gerusa Laudano (PSD), que aparece na frente, obteve 4.880 votos, seguida por Carvalho (PSOL), com 408. Os candidatos ainda aguardam o julgamento de recurso da impugnação pelo TSE, que pode reverter ou não a decisão que barrou a candidatura do pedetista e definir a necessidade de novo pleito no município.