ACM neto fez caminhada em Fazenda Grande II neste domingo
Se no primeiro turno da eleição para a Prefeitura de Salvador, os deputados ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT) chegaram a ser chamados pelo candidato Rogério da Luz (PRTB) de "Tom e Jerry", pode-se dizer que Salvador assiste a partir desta segunda, 15, o episódio final de uma das disputas eleitorais mais acirradas da história da cidade.
Os dois candidatos alçados à disputa do segundo turno retornam aos aparelhos de rádio e tevê dos eleitores de Salvador dispostos a cumprir duas missões: apresentar propostas para a cidade e expor as fragilidades do adversário. Um aviso: não necessariamente nesta ordem.
A diferença entre ACM Neto e Nelson Pelegrino foi de pouco mais de cinco mil votos. É um terço do que tiveram os vereadores mais votados na capital, o que mostra que um apoio, um deslize adversário, ou ainda um golpe de marketing certeiro podem fazer a diferença a partir de agora.
Diferentemente do que aconteceu no primeiro turno, quando o tempo disponível para a veiculação de propaganda era proporcional às coligações partidárias - com ampla vantagem para Nelson Pelegrino em relação a todos os outros - agora o tempo é o mesmo para os dois: 10 minutos de cada no programa do meio-dia e à noite e igual número de inserções nos intervalos da programação das emissoras de TV.
Condições iguais - Quem mais comemora o tempo igual é ACM Neto. "No primeiro turno das eleições eu fui forçado a apenas me defender porque o meu adversário tinha três vezes mais tempo que eu, e nos debates de rádio e televisão eram cinco candidatos contra mim", afirma Neto.
Segundo ele, agora a expectativa é a de deixar de ser pautado pelo adversário e começar a escolher os temas que serão discutidos na campanha. "Agora é eu e ele (Pelegrino), não tem como escapar", acredita.
Mas se o democrata comemora as condições da campanha no rádio e na tevê, o petista Pelegrino garante não ter do que reclamar. "Em primeiro lugar, os dez minutos são mais do que suficientes para nós apresentarmos as nossas propostas para a cidade", destaca.
Além disso, Pelegrino acredita que os encontros frente a frente com o adversário serão importantes para mostrar "quem é quem" na disputa pela prefeitura. "Eu não tenho nada a temer. Vamos debater a cidade eu e ele e mostrar aos eleitores que nós temos o melhor projeto para retirar Salvador da situação em que a cidade se encontra".
Programação agressiva - Nelson Pelegrino diz que não pretende usar a programação do horário eleitoral para atacar o adversário, entretanto afirma que Neto terá que explicar pontos que o petista considera contraditórios. "Minha prioridade é agradecer a confiança do eleitor, que me tirou de 13% de intenções de votos para quase 40% dos votos válidos", destaca o petista.
"Agora, nós precisamos mostrar para o povo de Salvador quem é o candidato de João Henrique", afirma Pelegrino, insinuando que o atual prefeito estaria fazendo campanha para o democrata. "Não vejo problema, mas acho que ele precisa assumir que apoiou o prefeito há quatro anos e isso está sendo retribuído agora", afirma.
Disposto a sair da defensiva, Neto guarda como surpresa os temas que serão tratados na programação, mas pelos discursos públicos, um dos temas que o deputado levará para a programação é o escândalo do mensalão.
"O dinheiro do povo de Salvador não é de nenhum partido político. Na hora em que o PT quis colocar a mão no dinheiro do povo, deu no que deu. Deu no mensalão", afirmou em discurso no bairro Paripe no último sábado, considerou "chantagem barata" a ideia de alinhamento político dos adversários. Até o dia 26 de outubro, o eleitor terá 11 dias de propaganda e debates em rádio e televisão para escolher quem será o novo prefeito: Tom ou Jerry?