Segundo turno coloca em xeque a hegemonia do PT na cidade de Vitória Conquista
Os 230.598 eleitores de Vitória da Conquista, único município baiano a ter segundo turno nesta eleição, voltam neste domingo, 30, às urnas para eleger o prefeito que vai governar a cidade pelos próximos quatro anos. Estão na disputa os candidatos Herzem Gusmão (PMDB) e Zé Raimundo (PT).
O peemedebista chega na reta final do segundo turno mantendo o favoritismo, com 64,75% dos votos válidos contra 35,25% do petista, segundo pesquisa do Instituto Painel Brasil divulgada na última quarta-feira, 26.
Herzem Gusmão, que se manteve na dianteira durante toda a campanha eleitoral, venceu o primeiro turno com 47,82% dos votos válidos. Zé Raimundo (PT) conquistou 31,69% dos votos.
Aliado
O resultado de logo mais à noite encerra 27 dias de um segundo turno marcado por críticas e acusações de lado a lado no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, e pela presença de apoiadores importantes que foram a Conquista com a missão de atrair parte dos 65 mil eleitores (30% dos aptos a votar) que se abstiveram na etapa anterior ou votaram nulo ou branco.
Desfilaram por lá políticos que certamente estarão se enfrentando na campanha eleitoral de 2018 para o governo do Estado. No último dia 15, o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), virtual candidato ao Palácio de Ondina, e seu aliado, o ministro da Secretaria de Governo de Temer, Geddel Vieira Lima (PMDB), participaram de carreata em apoio a Herzem Gusmão.
Falando a eleitores, Geddel deixou claro que o correligionário, se eleito prefeito, terá um aliado em Brasília. “Herzem significa novas esperanças, renovação, um novo modelo de fazer gestão, sem aquele populismo barato do PT. Com a eleição de Herzem, Conquista vai ter a oportunidade de ter uma parceria real com o Governo Federal, para resolver os problemas, o que já foi prometido mas nunca saiu do papel”, disse o ministro.
Em resposta aos adversários, o governador Rui Costa (PT) agendou visita institucional a Conquista, na última segunda-feira, 24, e entregou obras de abastecimento de água, saúde e agricultura familiar que somaram R$ 40,66 milhões em investimentos.
Em seu discurso, o governador disse que a Bahia “não ficará de joelhos” em relação a Brasília e anunciou que publicará o edital do Aeroporto de Conquista e que assumirá as obras da barragem de Catolé. “Quero dizer ao meu povo de Vitória da Conquista que eu vou construir com recursos próprios do governo do Estado a barragem de Catolé, para resolver definitivamente o problema de abastecimento”, prometeu Rui.
Liminares
Mas foi na arena televisiva, nos 16 minutos diários (divididos em dois blocos) a que cada um tinha direito, que os candidatos duelaram para valer, gerando uma enxurrada de liminares na Justiça Eleitoral.
O peemedebista foi acusado de mentiroso pelo adversário petista. “Está provado: o candidato do PMDB usou pesquisa mentirosa para ganhar seu voto. Quem mente para ganhar, não vai parar de mentir”, afirmou Zé Raimundo.
A resposta veio na mesma toada: “Quem engana o povo são os governantes do PT que prometem obras e investimentos para o município e não cumprem”, retrucou Herzem.
O peemedebista não deixou de surfar na onda anticorrupção e fez menção às denúncias reveladas na Operação Lava Jato. Num dos programas, mostrou cenas da operação da Polícia Federal na sede do PT em Salvador, na qual o locutor dizia: “A Polícia Federal está atrás de Rui Costa… que é amigo de Zé”.
Foi uma tentativa de ligar seu adversário aos escândalos nacionais envolvendo a empreiteira OAS. O governador ingressou no TRE-BA com ação por calúnia, injúria e difamação contra a campanha do PMDB.
No contra-ataque, a campanha do petista Zé Raimundo criticou Herzem e seus aliados políticos, e fez um alerta ao eleitor: “Vocês vão deixar Geddel governar Conquista? Vão querer que o grupo que apoia a Proposta de Emenda à Constituição 241, também chamada de PEC da Maldade, decida os rumos da cidade?”.