O candidato do PSDB à Presidência Geraldo Alckmin insinuou nesta segunda-feira que a nova onda de ataques que atingiu São Paulo tem motivação política. Ele também classificou como terroristas os 78 atos de violência no Estado.
"É uma coincidência a motivação desses ataques. Não tem a menor lógica. Ladrão quer dinheiro e o menor risco possível. O que que o ladrão ganha dando tiro em posto de gasolina, na polícia, jogando bomba numa vidraça, queimando ônibus? Que é estranho, é estranho. Precisa ser investigado quais são as causas que estão por trás disso", disse Alckmin a jornalistas no Rio de Janeiro, vindo de São Paulo.
Para o ex-governador paulista, "é estranho que isso aconteça em época eleitoral". Ele, no entanto, não citou a que interesse político os bandidos ou a fação criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) estariam servindo.
"Não tenho essa informação", declarou o tucano ao ser questionado se consideraria possível um acordo entre integrantes do PCC e o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na última onda de violência, em julho, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, disse haver indícios dessa vinculação, o que foi duramente desmentido pelo PT e pelo presidente Lula.
Mais tarde, em entrevista ao vivo ao Jornal Nacional, da Rede Globo, Alckmin disse que o Estado não pode se intimidar com os ataques.
"São ações de guerrilha, ações terroristas para atemorizar o governo, o Ministério Público, aqueles que estão do lado da lei. Não devemos retroagir, temos o dever de enfrentar."
Ele voltou a dizer que os homicídios em São Paulo caíram de 12.800 em 1999 para 7.200 em 2005 e que 90 mil criminosos foram presos.
Afirmou ainda que a violência atinge todas as cidades e que, como candidato à Presidência, vai estar à frente da questão da segurança. "Assumindo a Presidência não vou me omitir", disse, sem apontar possíveis falhas no governo do Estado que geraram as falhas na segurança após três ondas violentas iniciadas em maio.
Ainda na chegada ao Rio de Janeiro, Alckmin acusou o governo federal de não cumprir um acordo de repassar 100 milhões de reais para a segurança de São Paulo.
"O governo federal pode ajudar, repassando esses recursos e retirando 1.500 presos federais dos presídios de São Paulo", disse Alckmin descartando a necessidade de uma intervenção do governo federal em São Paulo.