Apesar de o Dia do Trabalho ter se tornado palco histórico de reivindicações e críticas ao governo, as comemorações do 1º de Maio deste ano selaram o namoro entre movimento sindical e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As festas das duas maiores centrais, CUT e Força Sindical, em São Paulo, tiveram ares de ato pró-governo. A CUT, tradicionalmente alinhada a Lula, aproveitou a ocasião para destacar a importância de um ?trabalhador? ter chegado ao Palácio do Planalto. Já a Força, que costumava se encarregar de críticas mais duras, demonstrou que a adesão do PDT à coalizão governista afetou sua relação com a administração federal.
Os primeiros sinais de que as festas deixariam ataques em segundo plano apareceram há alguns dias, com a confirmação de que os ministros Lupi e Luiz Marinho (Previdência), além do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), compareceriam aos dois eventos. Marinho cancelou na última hora, mas os outros dois cumpriram a promessa de comparecer.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, não chegou nem perto de repetir os ataques feitos a Lula no ano passado, quando disse que o presidente estava ?no mundo da lua?. Dessa vez, ele elogiou a recuperação do salário mínimo e agradeceu o veto do presidente à Emenda 3 do projeto que cria a Super-Receita. Entre as críticas, ele condenou a política econômica e o reajuste de 3,3% a aposentados, além da intenção do governo de contemplar servidores com reajuste anual de 1,5%. Mas, ao final, Paulinho disse ter a certeza de que Lula irá ?olhar para os trabalhadores neste momento?.
Tanto na Força quanto na CUT, as críticas envolvendo a Emenda 3 se destinavam ao Congresso. Sobrou ainda para o governador José Serra (PSDB), atacado pela demissão de sindicalistas que na semana passada protestaram contra a regra. ?Quero pedir uma grande vaia ao governo Serra pela demissão dos sindicalistas do Metrô?, disse o presidente da CUT paulista, Edílson de Paula. Tanto Paulinho quanto o presidente nacional da CUT, Arthur Henrique da Silva, insistiram que sabem reconhecer acertos do governo federal, mas não deixam de criticar quando necessário. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo