O conselho de procuradores do Ministério Público do Amazonas encaminha amanhã um pedido à Assembléia Legislativa para a destituição do procurador-geral licenciado Vicente Cruz de seu cargo. Pedido similar foi protocolado na sexta-feira pelo deputado estadual Eron Bezerra (PcdoB). Segundo a Constituição Estadual, em seu artigo 28, um procurador só pode ser destituído do cargo por votação da maioria dos deputados estaduais. Mesmo em recesso, a Assembléia pode convocar uma extraordinária para apreciar a solicitação.
"Não basta ser honesto, é o que pede o cargo, tem de parecer. O afastamento é indispensável para a credibilidade da instituição Ministério Público", defendeu o deputado. Cruz ficou preso de 9 a 11 de janeiro na sede do Ministério Público acusado de contratar pistoleiros para matar seu colega procurador, Mauro Campbell, que concorre com ele, no dia 15 de fevereiro, à eleição do novo procurador-geral do Estado. Cruz nega a acusação.
Na semana passada, o presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, Antonio Fernando Souza, designou os conselheiros Hugo Cavalcanti e Janice Ascari acompanharem as investigações na Procuradoria Geral de Justiça do Amazonas. Os conselheiros chegam no fim da tarde de hoje e amanhã vão participar das reuniões que investiga o caso tanto no Ministério Público Estadual quanto na Polícia Civil.
Campbell, na sexta-feira entrou com processo no Conselho Nacional do Ministério Público contra Cruz. No pedido de providências Campbell requer o imediato afastamento de Cruz de suas funções institucionais e a aplicação de pena disciplinar. Estão presos pela Polícia Civil os dois supostos pistoleiros contratados para matar Campbell, Franklin Martins, o Frank, a principal testemunha de acusação de Cruz, e o ex-policial militar Lenílson Braga da Silveira, o carioca. Em depoimento no sábado, Carioca acusou Cruz de tê-lo contratado como parte de trama para matar Campbell. Élson Moraes, o suposto intermediário na contratação dos matadores, está sendo procurado pela polícia.