Está deflagrado o processo de debandada dos partido aliados ao governo do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), que é candidato à reeleição em outubro. Ontem, o PV de Salvador optou, por unanimidade dos membros da Executiva Municipal, pelo rompimento do partido com o governo. O PV oficializa a decisão ao prefeito, nesta segunda, quando entrega os cargos que ocupa na Superintendência Municipal de Meio Ambiente, comandada por Ary da Mata.
A opção de sair da administração municipal também deverá ser seguida pelo PSB, na reunião do Diretório Municipal marcada para a próxima terça-feira, e pelo PT, que só está aguardando a Executiva Nacional decidir, no dia 24 deste mês, o resultado do PED (Processo de Eleição Direta) em Salvador e no âmbito estadual, que está subjudice. Seguirão o mesmo caminho do PCdoB, o primeiro dos partidos do campo mais a esquerda na coalizão a sair do governo, por conta do lançamento da candidatura a prefeita da vereadora Olívia Santana.
PDDU – O presidente do Diretório Municipal do PV, Raimundo Cleto Bulcão, explicou que o partido vinha tendo “grande insatisfação” com a pouca atenção do prefeito na área ambiental, mas que a “gota d‘água” foi a aprovação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), no apagar de 2007. “Não concordamos com o conteúdo e a forma com que este plano foi aprovado”, disse Bulcão.
Em nota pública divulgada neste sábado à tarde, o PV expressa o descontentamento com o governo municipal: “A gestão de João é nociva à cidade. Não traz avanços. Fere frontalmente o programa do Partido Verde e segue os cânones de grupos descompromissados com a construção de espaços sadios e democráticos”.
Embora o PV não tenha representante na Câmara Municipal, o partido se aliou ao PCdoB, PSB, PT e PPS na decisão de votar contra o plano diretor – aprovado graças ao apoio dos vereadores da oposição liderados pelo DEM – e à idéia de se constituir uma frente de esquerda para disputar as eleições municipais deste ano.
O PV ainda irá discutir internamente a viabilidade de lançar candidatura própria. Além de Juca Ferreira, secretário Executivo do Ministério da Cultura apontado como candidato natural, o presidente do GGB (Grupo Gay da Bahia), Marcelo Cerqueira, surge como nome forte dentro do partido.
A saída do PSB do governo municipal também é dada como certa nos meios políticos. A deputada federal Lídice da Mata já assumiu, durante o Carnaval, que está pronta para se lançar candidata a prefeita pelo partido. “Se for convocada não fugirei à luta”, disse a parlamentar, que não vê como frear o movimento crescente no partido pela candidatura própria.
No PT ocorre o mesmo. Até o governador Jaques Wagner, defensor da unidade da coalizão, já admite prévias em Salvador. Na disputa, os deputados federais Nelson Pelegrino e Walter Pinheiro, além de Luiz Alberto, secretário estadual da Promoção da Igualdade Racial.