Sindicatos de servidores estaduais iniciam campanha por reajustes
Uma comissão de sindicalistas protocola, na manhã desta sexta-feira, 21, na Governadoria, a pauta de reivindicações do funcionalismo estadual para o ano de 2013. Além de "reajuste linear de salário, que supere os índices inflacionários", os servidores querem "que se estabeleça cronograma de recuperação das perdas econômicas acumuladas, desde 1º de janeiro de 1995 até então, na ordem de 33,54%, para auxiliares e nível superior e 64,77% para técnicos".
Confirmando a tensão existente entre a gestão do governador Jaques Wagner e os servidores (que atingiu o pico em 2012 com as greves da PM e dos professores), o documento a ser entregue hoje reclama da "relação".
Alega que ao usar, supostamente, a estratégia de negociar via mesas setoriais por categoria dos servidores, o governo teria relegado "a pauta geral" e desmontou "a essência do Sistema Estadual de Negociação Permanente".
Com isso, as centrais sindicais dizem que "a atual gestão trata de maneira insuficiente os anseios do conjunto dos trabalhadores públicos" e finaliza com uma crítica dura: "O governo tem demonstrado à sociedade que mal preza o servidor público, que é o executor das políticas públicas do próprio projeto de governo, resultando num trabalhador insatisfeito, numa sociedade menos atendida, e um governo mal avaliado".
Negociar - Na entrevista que concedeu durante a confraternização de fim de ano com os jornalistas, o governador Jaques Wagner admitiu o "tensionamento" das relações com uma parcela dos servidores, disse que sua gestão aprendeu com as greves e reafirmou pretender negociar pessoalmente com os trabalhadores para superar os impasses na negociação.
No entanto, avisou que tem um limite orçamentário que o impede de conceder todos os benefícios e aumentos reivindicados pelo funcionalismo. Ele ponderou que os trabalhadores "podem até estar chateados com o PT", mas não crê que "apoiem os partidos conservadores que governaram este Estado e País e, me parece, não promoveram tantos benefícios para o funcionalismo (como sua gestão)". Ressaltou ainda que em seis anos de governo, ocorreram apenas duas greves de professores e uma da PM.
A presidente da Federação dos Trabalhadores Públicos da Bahia (Fetrab), Marinalva Nunes, diz que, pelo cálculo dos sindicatos, haveria "espaço" dentro do orçamento do Estado de uma parcela maior de recursos para o pessoal.
Embora o índice da inflação de 2012 que baliza os aumentos salariais de 2013 ainda não tenha saído, as centrais sindicais apontam que o governo baiano deveria se basear no percentual usado para o reajuste do salário mínimo, que foi de 8,51%. Uma das maiores queixas dos servidores é a estratégia do Estado de aumentar o salário incorporando gratificações. "É a política de dá com uma mão e tira com a outra", diz a presidente da Fetrab, que congrega 16 sindicatos de servidores.