Nilo deve assumir coordenação de bancada baiana no Congresso | Foto: Raul Spinassé | Ag. A TARDE
Provável novo coordenador da bancada baiana no Congresso Nacional e da base do governador Rui Costa (PT), o deputado federal Marcelo Nilo (PSB-BA) é contra o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Apesar de achar que o chefe do Executivo nacional não respeita a nação e “quer ser imperador”, tentando instalar um sistema autoritário no país, ele acha que a saída de Bolsonaro seria prejudicial ao Brasil.
“Eu sou contra o impeachment, porque o impeachment é muito ruim para a economia do país. Mas ele tem que respeitar a democracia. Ele está defendendo o fechamento do Congresso porque quer ser rei. Ele não tem força política no Congresso por causa da relação péssima que ele tem. Ele não teve nem a consideração de mandar um telegrama para a esposa dele em ocasião da morte de Bebianno. Ele é, sem dúvida, completamente diferente do que é o regime democrático. Seu lugar é defender os 210 milhões de brasileiros, mas ele só defende os radicais, aqueles que querem o fechamento do Congresso Nacional, do Supremo”, afirmou, em entrevista nesta segunda-feira, 16, ao programa Isso é Bahia, da Rádio A TARDE FM.
Nilo deve ser eleito coordenador da bancada na próxima quarta-feira, 18, sendo responsável por cuidar de interesses dos congressistas baianos junto aos governos estadual e federal. O parlamentar baiano afirma ter conseguido 37 assinaturas, de 42, para ser alçado ao posto. O deputado federal Adolfo Viana (PSDB-BA) deve ficar na vice-coordenação. “Fiz a estratégia de primeiro procurar a oposição, a estratégia que eu venci a presidência da Assembleia cinco vezes. E consegui quase a unanimidade das assinaturas”, conta.
Coronavírus
O deputado defendeu que o Brasil faça quarentena obrigatória de 14 dias em toda a população, antecipando feriados e fechando fronteiras como medidas de combate ao avanço do coronavírus no país.
Para ele, essas iniciativas precisam ser colocadas em prática logo para frear a disseminação da doença. A perspectiva do Ministério da Saúde é que a quantidade de casos avance em progressão geométrica nas próximas semanas. Segundo o último boletim da pasta, o Brasil tem 200 casos confirmados da pandemia.
“A Itália faz a quarentena obrigatória. França e Espanha vão fazer. Eu defendo que nós, brasileiros, façamos quarentena de 14 dias para controlar o vírus, sob pena de fazermos depois, com a doença já avançada. O brasileiro só fecha a porta depois de roubado. Temos mais de 200 pessoas contaminadas. Já tem um senador contaminado, daqui a pouco vai ser na Câmara, daqui a pouco vai ser no Supremo”, afirmou, em tom de preocupação.
Ele admite que o fechamento de fronteiras é drástico e que a antecipação de feriados provocará impactos na economia, mas pondera que são medidas de controle de contaminação necessárias neste momento. “Por que defendo a antecipação dos feriados? Porque imediatamente vamos ter um impacto no comércio, mas a gente recupera no fim do ano. Temos que fazer uma operação com Exército, segurança nas ruas, as pessoas saindo a partir de controle do governo e fechar as fronteiras”, sugeriu.
Na avaliação do parlamentar, a atuação do presidente Jair Bolsonaro tem sido “completamente irresponsável” no caso da pandemia. “Um presidente completamente louco. O que ele tá fazendo ultrapassa o limite da razão”, diz, ao comentar o fato de Bolsonaro ter ido cumprimentar eleitores durante manifestação pró-governo, ocorrida em Brasília neste domingo, contrariando recomendações médicas e do próprio Ministério da Saúde sobre evitar aglomerações.