Ex-superintendente da Polícia Federal do Rio Carlos Henrique Oliveira contradiz Bolsonaro
ex-superintendente da Polícia Federal do Rio Carlos Henrique Oliveira confirmou, em depoimento prestado nesta quarta-feira, 13, que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, era investigado em um inquérito em curso na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro.
A confirmação da existência desse inquérito contra Flávio contradiz o discurso que vinha sendo adotado por Bolsonaro. E também pode ser considerado uma prova do interesse do presidente na PF do Rio de Janeiro. Carlos Henrique Oliveira afirmou aos investigadores, no entanto, que nunca recebeu cobranças do presidente a respeito de investigações em andamento.
Na terça-feira, após vir a público informações sobre o teor do vídeo da reunião ministerial em que vincularia trocas na PF à necessidade de proteger familiares, Bolsonaro afirmou: “A Polícia Federal nunca investigou ninguém da minha família”.
No depoimento, Carlos Henrique também afirmou que sua nomeação para o cargo de superintendente no Rio demorou de sair porque Bolsonaro queria nomear outra pessoa para o cargo. “Houve uma demora na nomeação do depoente para esse cargo pois na época houve uma manifestação pública do presidente Jair Bolsonaro, noticiada na imprensa, no sentido que ele, o presidente, desejava que outro delegado assumisse o cargo de superintendente no Rio de Janeiro”
‘Questões de produtividade’
Oliveira, que assumiu a Diretoria Executiva da corporação,
disse ainda que a saída do ex-superintendente do Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, se deu por ‘questões de produtividade’. A acusação foi feita pelo presidente em agosto do ano passado, que tentou emplacar um nome de sua escolha para comandar a corporação no Estado.
Ao pedir demissão, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que o presidente tentou demitir dois superintendentes da PF do Rio - um deles era Carlos Henrique - para nomear pessoa de sua confiança. Bolsonaro havia alegado baixa produtividade para demitir seu antecessor do cargo de superintendente, o delegado Ricardo Saadi.
Carlos Henrique também afirmou que nunca manteve interlocução direta com o presidente enquanto foi superintendente da PF do Rio. "Perguntado ao depoente se, durante a sua gestão na SR/RJ lhe foi solicitado pelo presidente da República relatórios de inteligência estratégica da Polícia Federal sobre alguma temática específica pertinente ao Estado do Rio de Janeiro , disse que não, assim como não houve pedidos de relatórios de inteligência feitos pelo presidente da República por intermédio do então ministro da Justiça ou do delegado Valeixo", disse