Defesa do senador Flávio Bolsonaro negou as acusações e criticou o MP-RJ | Foto: Pedro França | Agência Senado
A anotação de um corretor de imóveis foi apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como uma nova prova de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) usou dinheiro desviado do salário de assessores para comprar dois apartamentos em Copacabana, zona sul do Rio, em 2012.
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Segundo informações do UOL, Flávio e sua mulher, Fernanda Bolsonaro, foram denunciados pelo MP-RJ, junto com o corretor de imóveis norte-americano Glenn Howard Dillard, que representava o proprietário dos imóveis.
A acusação utilizou anotações de uma agenda virtual mantida por Dillard para tentar provar que Flávio e Fernanda usaram valores desviados da Alerj para pagar ao corretor valores não declarados das compras dos apartamentos.
Conforme o UOL, no dia 30 de outubro de 2012, o corretor anotou "show [mostrar] BR96 e PJ 297”, o que para o MP-RJ, significaria uma referência aos imóveis vendidos à Flávio, na rua Barata Ribeiro, 96, e na avenida Prado Júnior, 297. Em 6 de novembro, o Flávio e Fernanda Bolsonaro deram um sinal de R$ 100 mil pelos imóveis. A compra foi concluída em 27 de novembro, dia das escrituras dos apartamentos. Neste dia, Dillard anotou "closing at [fechamento no] HSBC".
De acordo com a publicação, o casal afirmou que comprou os dois imóveis por R$ 310 mil, com pagamento feito em cheques de duas contas em nome dos dois. Porém, a quebra de sigilo bancário de Dillard mostra o recebimento de mais R$ 638,4 mil na forma de dois depósitos em dinheiro vivo no mesmo dia e na mesma agência do banco HSBC em que foram feitos os pagamentos em nome de Flávio e Fernanda Bolsonaro.
Na mesma data, o MP apontou que, na conta de Dillard, havia o recebimento de R$ 210 mil, em cheque em nome de Flávio e Fernanda. O valor era o que faltava para ser pago após o sinal.
A defesa do senador Flávio Bolsonaro negou as acusações e criticou o MP-RJ afirmando que a investigação está embasada em "vícios processuais, enganos e erros de cálculo" e rodeada de "grupos que têm claros interesses políticos".