Eleição para a renovação do comando da Câmara ocorrerá no dia 1º de fevereiro | Foto: Divulgação
O atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), acusou o governo Jair Bolsonaro de prometer R$ 20 bilhões em emendas parlamentares em troca de votos para eleição na Câmara dos Deputados. Bolsonaro apoia Arthur Lira (PP) e já adimitiu que convocou uma reunião entre os parlamentares do PSL e outros apoiadores para influir na eleição.
As declarações de Maia foram nesta quarta-feira, 27. O democrata apoia a candidatura de Baleia Rossi (MDB) e tem entrado em conflito com o próprio partido, já que a bancada está dividida entre Rossi e o canditato de Bolsonaro. A eleição para a renovação do comando da Câmara ocorrerá no dia 1º de fevereiro, às 22h.
"Pela conta que eu fiz, e pelo orçamento que nós teremos para 2021, pelo que eu já vi que o governo está prometendo junto com o seu candidato, vai dar pelo menos uns R$ 20 bilhões de emendas extraorçamentárias. Eu quero saber em que orçamento para o ano de 2021, com todo o problema do teto de gastos, (terá espaço). (Como) eles poderão cumprir, se vitoriosos, essa promessa?", questionou Maia.
Segundo informações do jornal O Globo, o presidente da Câmara qualificou a relação como um "toma lá, da cá", diferente do que ocorreu em outros governos. "Há diferença. Uma coisa é a formação de uma base que, com ela, você governa com os partidos que fazem parte dessa base. A outra coisa é você ser minoria na Câmara e, no processo eleitoral, tentar construir uma maioria baseado na troca de cargos e emendas. São coisas diferentes", ressaltou.
Em uma reunião interna do DEM, Maia chegou a dizer ainda que se o partido se render a cargos e emendas ao orçamento oferecidos pelo governo Bolsonaro e por Lira pode virar o "partido da boquinha".