Lira promete dois dos seis cargos da Mesa Diretora à Oposição
Mesmo após prometer uma gestão “conciliatória”, o novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em seu primeiro ato enquanto líder da Casa, retaliou adversários, retirando-os do comando da Câmara.
Após pressões, inclusive com a ameaças de judicialização do caso, Lira recuou e tenta nesta terça-feira, 2, fechar um acordo com a oposição.
Seu grupo de aliados ofereceu aos partidos que formaram o bloco derrotado de Baleia Rossi (MDB-SP) 2 dos 6 cargos na Mesa Diretora —o colegiado que forma a cúpula da Casa e, juntamente com o presidente, é responsável por todas as decisões administrativas, e algumas políticas, da Câmara.
A cúpula da Câmara é formada pela presidência, 1ª e 2ª vices-presidências, 1ª, 2ª, 3ª e 4ª secretarias. Esses cargos são distribuídos proporcionalmente ao tamanho dos blocos formados para a disputa da presidência.
Reunidos na manhã e início da tarde, porém, oposição e aliados de Baleia manifestaram intenção de rejeitar a proposta e, na renião de líderes partidários com Lira, às 14h, defender o adiamento da sessão que definirá os demais cargos da Mesa, marcado para às 18h desta terça.
A oposição mantém a promessa de ingressar no Supremo Tribunal Federal contra a decisão de Lira e, se não houver recuo mais substantivo do deputado, promover a chamada obstrução das votações, que é recorrer a mecanismos previstos no regimento que acabam atrasando ou até inviabilizando as sessões.
Nos bastidores, aliados de Baleia aconselharam Lira a buscar o acordo sob o argumento de que a canetada dada na noite de segunda foi um ato de excessivo autoritarismo e pode dificultar em muito sua presidência.
Embora os 211 deputados que não votaram nele sejam minoria, são em número suficiente para dificultar bastante votações e demais andamentos da Câmara. As informações são do jornal Folha de S. Paulo