Prazo foi dado pelo ministro do STF, Ricardo Lewandowski, após divulgação da Operação Spoofing
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski deu o prazo de cinco dias para que o Ministério da Justiça e Segurança Pública diga se realizou algum tipo de cooperação entre procuradores da Lava Jato e órgãos internacionais ou nacionais internacionais durante as investigações.
A decisão ocorre após a divulgação, nesta quarta-feira, 17, pela defesa do ex-presidente Lula, de conversas entre procuradores reunidas pela Operação Spoofing. Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, entre as mensagens destacadas está uma em que os advogados atribuem ao dia 7 de abril de 2016 e no qual consta que "o 'caso Odebrecht' foi 'desenvolvido pelas autoridades norte-americanas a pedido da Lava Jato.
"Os procuradores da República que integram a (extinta) força-tarefa da Lava jato de Curitiba faltaram com a verdade em relação à intervenção de agências estrangeiras no acordo de leniência da Odebrecht e na documentação sobre essa participação", afirma o documento enviado pela defesa de Lula, segundo a publicação.
Os advogados de Lula também afirmaram que existe a indicação de documentos que foram firmados entre a Lava Jato de Curitiba e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. que jamais foram levados aos "autos de origem".
"Ao contrário do que a Lava Jato afirmou, inclusive a esse Supremo Tribunal Federal, houve uma intensa cooperação com agências estrangeiras —notadamente o FBI, o DOJ (Departamento de Justiça dos Estados Unidos) e com procuradores do Ministério Público da Suíça— fora dos canais oficiais. Esse material foi ocultado da defesa técnica do Reclamante [Lula] mesmo após a Lava Jato ter sido instada por essa Suprema Corte a exibir o material, em clara violação à garantia da paridade de armas e do princípio do disclosure que é inerente a um processo justo", afirma a defesa, de acordo com informações obtidas pela Folha.