Impulso de comprar o que não se precisa aflige muitas pessoas e requer atenção
No trabalho, trânsito ou relacionamentos, o brasileiro está cada vez mais estressado e, consequentemente, passível de adotar comportamentos impulsivos que podem fazer com que tome decisões de forma emocional, sem levar em consideração todos os aspectos da situação e consequências.
É comum que os indivíduos impulsivos tenham arrependimento futuro por não ter feito uma escolha apropriada no presente. De forma geral, todo ser humano tem impulsos que se caracterizam, basicamente, como pensamentos que determinam comportamentos.
O que muda de pessoa para pessoa é a forma com a qual lida com esses impulsos: algumas deixam os desejos dominarem enquanto outras conseguem controlá-los, seja por motivação interna ou externa.
Segundo o psicólogo clínico e desportivo e master coach trainer, João Alexandre Borba, o impulso é uma emoção instintiva definida como um excesso de energia que precisa ser controlado.
Futuro no presente
O psicólogo afirma que pessoas impulsivas tendem a querer trazer o futuro para o presente; são identificadas como indivíduos que desejam acelerar o tempo.
"São desejos que tomam conta de algumas pessoas enquanto outras conseguem controlá-los. São comportamentos que, em diversos casos, a pessoa não gostaria de ter realizado. Atos que acontecem sem um pensamento prévio", explica.
O especialista chama atenção para os casos de pessoas impulsivas que conseguiram avançar na vida. Segundo ele, quando bem direcionada, a impulsividade tem alta possibilidade de trazer resultados positivos.
"O impulsivo tem um poder interno muito grande. É aquela pessoa que consegue andar enquanto todos estão parados" , disse.
O psicólogo e professor da Universidade Salvador, Rui Diamantino, prefere classificar os impulsos de "adaptativos ou não".
"Os adaptativos são aqueles cujos resultados conseguem trazer um retorno positivo. Os não adaptativos teriam efeito contrário. As atitudes decorrentes de um determinado impulso que provocam arrependimento, por exemplo" , cita.
Foi para buscar controlar a impulsividade em fazer compras que a estudante de psicologia Flávia Sampaio, 19, resolveu procurar ajuda na terapia.
"Percebi que estava comprando mais do que devia. Acumulava muita coisa que não usava e gastava mais do que podia. Comecei a usar duas frases que me ajudam: "Eu não preciso disso porque tenho em casa ou não vou usar" e "Eu vou comprar por vontade ou necessidade?", conta.
A estudante de Comunicação Social Gabriela Sousa, 24, passou a utilizar a comida para escapar de determinadas situações. "Se estou com raiva, ansiosa, chateada, sempre vou comer, fazendo isso como válvula de escape", conta. Em fevereiro, dará início ao tratamento. Enquanto isso, afirma que se controla se questionando se realmente está com fome.