O presidente Pedro Sánchez decretou neste sábado 'estado de emergência' na Espanha | Foto: Reprodução
As cidades da Espanha estão em quarentena desde sábado, 14, quando o presidente Pedro Sánchez decretou estado de emergência devido ao aumento do número de pessoas infectadas pelo coronavírus. São 13.716 casos confirmados, 558 mortes e 1.081 recuperados.
Dos mais de 170 casos confirmados no estado de Aragão, 145 estão no município de Saragoça, incluindo registro de morte de paciente. A assistente de loja Laura Benito, 20 anos, relatou ao Portal A TARDE como está sendo a rotina na cidade. Ela narra que a polícia está multando os cidadãos que estão transitando nas ruas sem permissão do governo. Os grupos permitidos são formados por pessoas que vão trabalhar, fazer compra de comida ou levar os animais de estimação para alguma necessidade.
"Eu não consigo acreditar que está acontecendo algo assim, algo tão básico e simples como sair na rua para passear, e agora você pode ser multada por isso. Por sorte, não estou todo dia em casa, já que trabalho em uma empresa de alimentação. E por ser a primeira necessidade, temos que prestar serviços. Como medidas de prevenção, utilizamos luvas, vamos desinfectando o mostrador, só entram duas pessoas na loja, o restante espera do lado de fora", relatou a espanhola Laura.
De acordo com Laura, no início, muitas pessoas ficaram assustadas com o cenário e foram comprando alimentos em grande quantidade. Com isso, as prateleiras dos mercados ficaram vazias, sem carnes, frangos, papel higiênico, ovos e latas em conservas. "Agora, parece que as coisas se acalmaram mais. As pessoas compram com lógica, sem deixar outras pessoas com as dispensas vazias, e só saem para trabalhar ou comprar", afirmou.
Ainda em entrevista, Laura fez uma critica ao governo local por demora na adoção de medidas efetivas logo no começo da crise. Para ela, se houvesse essa preocupação antes, os casos não iriam se estender e colocar o país em estado de emergência. "Tudo está fechado. Só temos farmácias e supermercados funcionando. Os bares e os locais que não vendem alimentos estão fechados. Nos mercados, só podem entrar 20 pessoas, o resto espera do lado de fora na rua", disse.
Mercados na cidade de Saragoça
A teleoperadora Ivana Hinain, 23 anos, brasileira que vive na Espanha, disse que a situação "está péssima". Em seu trabalho, as medidas de prevenção já estão sendo adotadas e a empresa da qual é funcionária já decretou que as pessoas façam trabalho home office. "Os teleopereadores daqui vão começar a trabalhar de casa. Todos vão levar o computador e trabalhar em casa. A metade já foi e alguns vão começar a trabalhar amanhã de casa", relatou Ivana.
*Com supervisão do editor Aparecido Silva