Seguindo uma tendência mundial, a Transalvador está estudando a redução das velocidades máximas de vias da capital baiana. Segundo o superintendente do órgão, Fabrizzio Muller, o tema tem sido alvo de constantes reuniões e estudos estão sendo planejados.
No último mês, a cidade de São Paulo iniciou a redução de velocidades em diversas vias, entre elas as marginais Tietê e Pinheiros, que passaram de 90 para 70 km por hora. A medida tem sido alvo de reclamações e resistência de condutores.
"Temos feito, inclusive, medições usando os próprios radares, verificando as velocidades médias das vias. É uma decisão que depende de estudos, não pode ser algo determinado pela sua cabeça", enfatiza Muller.
Entre as avaliações, o superintendente conta que serão medidas também as velocidades médias nos horários de pico e quando as vias estão mais livres para se chegar à velocidade ideal.
Na Europa, Londres (Inglaterra) e Paris (França) reduziram as velocidades em diversas vias para 32 e 30 km por hora, respectivamente. Em Nova Iorque (EUA), a redução implementada em 2009 ajudou a diminuir em 35% o número de mortes e 63% de feridos no trânsito.
É justamente esse o grande objetivo da medida, a redução no número de mortes e feridos. Muller destacou que, em Salvador, a quantidade de óbitos reduziu 37% entre 2012 e 2014 - de 249 para 156.
Atraso
Para o sociólogo Eduardo Biavati, especialista em segurança viária, todos os países que conseguiram reduzir as estatísticas de morte no trânsito adotaram programas de redução de velocidades. "O que mata e fere é a velocidade. O grau de violência no trânsito está diretamente relacionado com as velocidades que admitimos nas vias públicas", afirma.
O especialista acredita que esse fenômeno, que ganha força em São Paulo, está atrasado no Brasil. "Sempre foi muito difícil os poderes públicos intervirem nessa liberdade que os condutores sempre tiveram por terem um carro de motor potente, basta ver a reação furiosa em São Paulo", diz.
Ao adotar a medida, orienta, ele defende que seja adotado um padrão de velocidade para todas as vias. "Várias cidades já fizeram testes e chegaram à conclusão de que é preciso haver um padrão, para facilitar o trabalho da fiscalização", frisa.