Ao andar pelo calçadão de Copacabana, de 4,5 km de extensão, dá para entender por que ela é um emblema do Rio
As pedras portuguesas de cores preta e branca se espalham por toda a extensão do calçadão da orla de Copacabana. Colocadas em forma de ondas do mar, são um símbolo do bairro e sobre elas os cariocas fazem as caminhadas diárias na orla, pela manhã ou no fim de tarde, no ritmo fervilhante da cidade.
Na larga faixa de areia da praia, apinhada de banhistas, muitos dos quais escondidos sob sombreiros, tudo acontece. Num dia de calor escaldante, o filtro solar impera. O mar, pouco agitado, sempre convida a um mergulho para refrescar. Nesses dias que antecedem o Carnaval, com os hotéis movimentadíssimos, Copacabana vive também a expectativa do show dos Rolling Stones, que acontecerá no próximo dia 18, na praia mais famosa do mundo.
Copacabana foi incorporada à cidade em 6 de julho de 1892, com a inauguração provisória do Túnel de Real Grandeza, atual Túnel Velho. O nome correto, no entanto, é Túnel Alaor Prata, e marcou o nascimento do bairro. A obra permitiu que uma linha dos bondes que serviam à cidade fosse estendida até lá. Mais tarde, em 1904, surgia outro túnel, conhecido como Túnel Novo, cujas obras cortaram o Morro da Babilônia.
No dia 4 de março de 1906 foi inaugurado o Túnel do Leme, atualmente chamado de Engenheiro Coelho Cintra.
A obra ligava Botafogo à então Rua Salvador Correia, hoje Av. Princesa Isabel, com bondes de tração elétrica até a Praça do Vigia, atual Praça Júlio de Noronha. É história que não acaba mais.
Hotel teve inspiração mediterrânea
Em agosto de 1923, era inaugurado o Copacabana Palace. O atraso das obras impediu que o hotel ficasse pronto a tempo para as comemorações do centenário da Independência do Brasil. O arquiteto francês Joseph Gire foi convocado para fazer o projeto, francamente inspirado nos hotéis Negresco, de Nice, e Carlton, de Cannes. Quase deserta e desconhecida, a Praia de Copacabana começou a se beneficiar do empreendimento.
A paisagem urbana muda rapidamente. Com o passar dos anos, o cenário carioca passou a ser, de certa forma, regido pelos acontecimentos do Copa. A partir dos anos 30, o hotel fez a praia se tornar uma das mais famosas do mundo, com seus 4,5 quilômetros de extensão. Golden Room pontificava como a casa de espetáculos que trazia os grandes nomes do show business internacional ao País.
Nesses 82 anos de existência do Copa, passaram por lá gente da estatura de Maurice Chevalier, Josephine Baker, Marlene Dietrich, Edith Piaf, Ray Charles, Nat King Cole, Orson Welles, Ginger Rogers, Ava Gardner, Tyrone Power, Rita Hayworth, Anita Ekberg, Yul Brynner, Gina Lollobrigida, Kim Novak e Romy Schneider, além de muitos políticos e famosos artistas brasileiros, como Juscelino Kubitscheck e Carmen Miranda.
De repente, veio a decadência. A morte do fundador Octávio Guinle, em 14 de maio de 1968, aos 81 anos, deu início a uma fase de pouco glamour para o Copa. A viúva, dona Mariazinha, ficou à frente do hotel até 1989, quando acabou sendo vendido para o Orient Express Hotels, do empresário James Sherwood, que possui uma rede de hotéis, trens e navio fluvial.
RECUPERAÇÃO Na visita técnica com jornalistas do Norte e Nordeste, a relações-públicas do hotel, Cláudia Fialho, salientou que o grupo já investiu US$ 90 milhões na recuperação do prédio, sem, contudo, interferir na sua estrutura arquitetônica original. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o programa de reformas procurou manter e realçar a posição de melhor hotel da América do Sul.
Incluído entre as três unidades mais importantes do Orient Express, o Copa mantém hoje uma confortável taxa de 92% de ocupação dos seus 225 apartamentos. Para o Carnaval, que só estão sendo comercializados pacotes de cinco e seis noites, deve repetir os 100% conseguidos no Réveillon. Na nova fase, conforme revelou Claudia Fialho, o hotel quer derrubar a fama de hotel caro, só para estrangeiros, e também alcançar o turista brasileiro. Ela argumentou: A emoção de se hospedar aqui não tem comparação com outro hotel do Rio. Nem que seja por uma vez só, um fim de semana (Edvaldo F. Esquivel).
CURIOSIDADES
O diretor-geral do Copacabana Palace é o inglês Philip Carruthes, que defende projetos que incorporem ao cotidiano do hotel o que a tecnologia e o avanço da hotelaria possam oferecer. A riqueza do passado é o nosso patrimônio a preservar. O futuro do Copa foi definido em 1923, diz.
A área do hotel é de mais de 12 mil metros quadrados e possui 225 apartamentos e suítes, dos quais, 147 ficam no prédio principal, inaugurado em 1923, e 78 suítes no prédio anexo, de 1948.
Desde 1998, os apartamentos foram equipados com sistema à prova de som para garantir o sossego dos hóspedes.
Os estrangeiros correspondem a mais de 70% da ocupação do hotel. São 30% de americanos e 30% de europeus (pela ordem: ingleses, portugueses e franceses).
As suítes de frente para o mar são um luxo. E disputadas a peso de ouro. O anexo, ala com 36 apartamentos em frente à piscina, foi incorporado ao hotel em 1948. Em novembro passado foi reaberto, depois de passar por reformas.
Os apartamentos são luxuosos e espaçosos, possuem sala, banheiro, varanda de frente para o mar e quarto com colchões ortopédicos Sealy e lençóis padrão Trussardi, de 300 fios.
Atualmente, o Copa possui 500 funcionários sendo que o mais antigo o Cafuringa - completou 30 anos de serviço.
Os dois principais restaurantes do hotel são o Cipriani, que substituiu o antigo Bife de Ouro e o Pérgula, onde também é servido o café da manhã.
SERVIÇO
Como chegar
De avião As companhias aéreas têm vôos diários de Salvador para o Rio de Janeiro. Varig (tel. 4003-7000): preços R$ 437,24 (promocional) e R$ 738,24 (regular). TAM (tel. 4002-5700): preços R$ 466,24 (promocional) e R$ 1.610,24 (regular). Os valores promocionais podem ser obtidos no site da companhia (www.tam.com.br). Gol (tel. 0300-789-2121): preços R$ 1.071,24. BRA (tel. 3453-6020): preço; a partir de 488 (não incluídas as taxas de embarque). Obs. todas as passagens são de ida e volta.
De ônibus Saídas diárias: Itapemirim (tel. 3450-5644): preços (somente ida) em ônibus convencional, R$ 179; em semileito, R$ 215, pela BR-116 (a Rio-Bahia). Águia Branca (tel. 4004-1010): preços (somente ida), em ônibus semileito, R$ 215; em ônibus executivo, valor promocional para o horário das 7h aos domingos, R$ 181,46, pela BR-101. Duração da viagem: 26 horas.
Pacotes de Carnaval
Salvatur (tels. 3270-5200/3346-5000) Pacote especial de hospedagem Carnaval no Copacabana Palace: duas noites, com diárias em aptº duplo, por pessoa, a partir de R$ 790 + 15% de taxas e em aptº standard R$ 1.050 + 15% de taxas + R$10 por aptº (taxa de turismo), ou ainda luxo clássico, em aptº com vista para o mar. Café da manhã: R$ 50 por pessoa + 10% de taxa.
Turismar (Tel. 71 3245-0766) Carnaval na Cidade Maravilhosa: cinco noites, período de 24/02 a 01/03, café da manhã. Preços: R$ 5.850 (Copacabana Palace/aptº Standard); R$ 1.120 (Hotel Ouro Verde); R$ 1.760 (Luxor Copacabana); R$ 2.090 (Luxor Regente).
Pinheiro (tels. 3432-3311/3264-9333) Quatro dias e três noites com hospedagem no Hotel Debret, Copacabana, em aptº duplo/frente. Preço: R$ 1.662.00 + taxa de embarque (por pessoa). Inclui: café da manhã, transfer in/out, city-tour Corcovado/Floresta da Tijuca/Praias. Bilhete aéreo TAM (tarifa noturna)
Amaralina (tel. 3267-1099) Brasil Fácil: cinco dias, de 02/03 a 06/03, no Hotel Marriott, Av. Atlântica. Trecho aéreo Salvador/Rio/Salvador, traslados, city-tour panorâmico, visitas ao Pão de Açúcar e Corcovado com duração de oito horas (ingressos e refeições não incluídos). Preços: R$ 1.674 (aptº duplo), R$ 2.284 (individual) e R$ 507 (criança).
Visão (tel. 3319-0811) - Quatro dias e três noites com aéreo e hospedagem e city-tour opcional ao Corcovado, Floresta da Tijuca, Pão de Açúcar, praias e centro. Preços: R$ 789 (aptº simples) e R$ 639 (triplo), no Hotel Golden Park, R$ 789 (aptº simples) e R$ 560 (triplo) no Copacabana Sol; R$ 998 (simples) e R$ 753 (duplo), no Hotel Glória; R$ 926 (simples) e R$ 602 (triplo), no Copacabana Mar; e R$ 913 (simples) e R$ 625 (triplo) no Copa Sul.