Até 1998, o lugar era o segredo mais bem guardado do litoral sul da Bahia. Hoje, é disputado por surfistas, celebridades e gringos
BERNARDO DE MENEZES
Após despontar para o turismo, a partir de 98, Itacaré deixou para trás a lamúria por ter perdido o status de importante pólo cacaueiro. E não é para menos, pois seu belíssimo litoral lhe confere não só a primeira posição no ranking do surfe baiano como também a preferência de muitos brasileiros e estrangeiros neste verão. As praias da Concha e Tiririca estão entre as mais conhecidas.
A pavimentação do trecho da BA-001 entre Itacaré e Ilhéus foi o ponto de partida deste crescimento, que se dá (dentro do possível) em sintonia com a necessidade de preservação da Mata Atlântica. Claro que, nesta expansão, a natureza acaba pagando algum preço. Ex-refúgio quase exclusivo de surfistas e ousadas adeptas do topless na década de 80, Itacaré mudou de fisionomia ao longo dos anos.
Para os mais progressistas, mudou para melhor, com o surgimento de boa infra-estrutura hoteleira e gastronômica. Os mais saudosistas falam do tempo em que se podia dormir tranqüilamente recebendo no rosto o bafejo do mar, sem medo de algum intruso entrar pela janela. Seja como for, Itacaré já chegou há algum tempo aos ouvidos de gaúchos, paulistas, cariocas, mineiros e até dos distantes europeus.
Mas nem só de ondas perfeitas e mar azul vive o turismo do lugar. Os rios de Contas e Tijuípe proporcionam inesquecíveis passeios de canoas e barcos. A dose de adrenalina fica ao gosto do freguês, já que a tirolesa, o rappel e o rafting estão à disposição de quem prefere fortes emoções. Emocione-se ao seu modo escolhendo desde a relaxante (e segura) rede na varanda de uma aconchegante pousada até os mais altos picos do surfe da Costa do Cacau.