Um acidente de trabalho, ontem pela manhã, durante o desmonte da estrutura do Circo O Mundo Mágico de Beto Carrero, no município de Senhor do Bonfim (a 375 km de Salvador na região norte do Estado) provocou a morte de três funcionários. Uma das torres metálicas de sustentação externa da armação da cobertura do circo desabou, enquanto os funcionários trabalhavam por volta de 11 horas de ontem, levando junto as outras seis torres que ficavam interligadas por cabos de aço.
De acordo com o depoimento do dono do circo (uma franquia da marca Beto Carrero World) , Mauru Cezar Fernandes de Castilho, de 39 anos, esta é a primeira vez que um acidente desse porte ocorreu. “Somos uma grande família que vive e trabalha junto e o acidente foi muito doloroso para todos”, afirma Castilho.
As vítimas foram Norival Martinelli, 54 anos, que trabalhava como capataz no circo há 18 anos, José Raimundo dos Santos, 36 e outro trabalhador identificado como Jean Souza, 21, que foi levado ainda com vida ao Hospital Regional Regional em Juazeiro (a 125 km de distância de Senhor do Bonfim), mas não resistiu.Os dois eram ‘peões’ e trabalhavam na hora em que as torres caíram.
Os corpos foram esmagados e dois dos funcionários tiveram as cabeças decepadas. A delegada de polícia Herundina Nunes Góes Neta e Lima ouviu o dono do circo e testemunhas. Segundo ela, o dono apresentou alvará de funcionamento, expedido pela prefeitura, além de um laudo técnico de engenharia que determinava a segrança das instalações em cada cidade onde se apresenta o circo.
APURAÇÃO – “Será instaurado inquérito policial mediante portaria no sentido de apurar as causas do acidente. Fizemos perícia técnica no local e os corpos foram levados ao Instituto Médico-Legal para serem necropsiados”, esclarece a delegada.
O Circo Beto Carrero começou a turnê baiana por Porto Seguro e estava na semana passada em Petrolina (PE).
Apesar do acidente, o circo continua circulando e, depois de todos os procedimentos referentes ao acidente, o grupo segue para Jacobina, Irecê, Feira de Santana e Salvador.
“Tudo será feito para enterro para que as famílias de nossos funcionários sejam atendidas, mas temos que continuar trabalhando”, explica Mauru Castilho.
A área onde o circo estava armado, no antigo campo de aviação, na Avenida Antonio Carlos Magalhães, perto do bairro Santos Dumont é usada na cidade para que estruturas do mesmo porte sejam armadas como shows, parques e circos. O acidente deixou a população consternada, após quatro dias de apresentações na cidade.