A Operação Cactus, realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária na tarde desta terça-feira, 25, resultou na prisão de dois donos de farmácias e um distribuidor, apreensão de abortivos e estimulantes sexuais masculinos em condições irregulares e na interdição de três estabelecimentos em Jequié, a 359 km de Salvador.
Coordenada pelo delegado federal Adilson Bezerra, chefe do setor de segurança institucional da Anvisa, a operação resultou, ainda, na condução à delegacia de um funcionário da Farmácia Senhor do Bomfim, no mesmo município. De acordo com Bezerra, as três farmácias interditadas - Nova, Senhor do Bonfim (conhecida como Jequié) e Ipanema - permanecerão lacradas até a conclusão do processo administrativo sanitário, podendo ainda resultar na aplicação de multa que varia de R$ 1,5 mil a R$ 1,5 milhão.
Os nomes dos responsáveis pelos estabelecimentos, assim como o do distribuidor e do funcionário, não foram fornecidos, sob alegação de o processo ainda estar em andamento. Depois de ouvidos pela polícia e pagar fiança arbitrada pelo delegado em valores diversos, mas não informados - os homens foram liberados e vão responder em liberdade. Além de Jequié, a operação, que visa o combate ao comércio de medicamentos falsificados e contrabandeados, ocorreu no povoado de Entroncamento, em Jaguaquara.
Nesse município, a 60 km de Jequié, a fiscalização interditou seis farmácias e deteve duas pessoas. A operação, que precede uma investigação conjunta dos serviços de inteligência da Polícia Rodoviária Federal e da Anvisa, tem apoio da própria PRF, da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e da Secretaria de Saúde de Jequié, por meio do Departamento de Vigilância Sanitária e Ambiental.
A Anvisa se comprometeu a divulgar o resultado completo da operação nos próximos dias, sem contudo especificar data, inclusive detalhando todos os motivos das interdições, que não se resumem ao contrabando nem ao comércio de remédio falsificado. Os envolvidos serão processados por tráfico de entorpecentes e por crime contra a saúde pública. A pena, de acordo com a Anvisa, varia de 10 a 15 anos de detenção para cada tipificação, por se tratar de crime hediondo.
Operações semelhantes vem sendo realizadas em diversas regiões da Bahia contando com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, que busca coibir a venda dos chamados arrebites em nossas estradas, completou o delegado. O policial antecipou que a operação terá continuidade na região, abrangendo uma série de ações, desde a falta de higiene do estabelecimento até a venda de medicamentos ilegais.
A venda dos medicamentos controlados (tarja preta) sem o acompanhamento do farmacêutico, anabolizantes, auto-convulsivos e estimulantes sexuais paraguaios que têm a venda proibida no Brasil, são os alvos das apreensões.